(Por Fernanda Dourado)
São aproximadamente 20 mil médicos no estado da Bahia. A metade fica concentrada na capital baiana e o restante é dividido entre os 417 municípios. Apesar do número de profissionais não atender a necessidade do interior do Estado, o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia, Francisco Magalhães, afirma que o problema não é a quantidade de profissionais e, sim, a falta de estrutura, de segurança e os baixos salários.
“Temos médicos suficientes no Brasil e aqui na Bahia também. Muitos médicos da capital também atendem no interior. Mas as cidades com menos de 30 mil habitantes além de oferecer baixos salários, muitas vezes, nem pagam aos profissionais de saúde contratados. Entramos na justiça contra várias prefeituras. Os prefeitos precisam deixar de ser caloteiros. Contratam cantores famosos, mas não priorizam a saúde”, dispara o presidente do Sindicato.
O ginecologista e obstetra condena o programa “Mais médicos”, anunciado pelo governo federal. A proposta prevê a contratação de mais profissionais para atendimento em áreas carentes, inclusive de estrangeiros, além de aumentar a formação de medicina em dois anos, obrigando os estudantes a trabalharem no SUS durante esse período, remunerados por uma bolsa. Mais uma vez, o presidente do Sindicato alfineta o governo. “Querem fazer do médico um escravo”, diz o presidente referindo-se aos dois de trabalho depois de formados.
A respeito dos médicos estrangeiros ele questiona sobre a dificuldade de entendimento na relação médico-paciente. “O sotaque é diferente. O médico de Portugal não tem contato com as doenças daqui”, assegura. O presidente do Sindimed ainda sugere que o governo deveria aprovar a Carreira de Estado para médico.
Na terça-feira (9), Plenário do Senado, aprovou o requerimento do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) de calendário especial para a apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 34/2011, de sua autoria, que cria a carreira de médico de Estado. A assessoria jurídica do sindicato informou ao Bahia Repórter que somente este ano foram ajuízadas mais de 90 ações contra prefeituras do interior baiano. O presidente do Sindimed ainda assegurou que já tentou até marcar uma audiência com a União dos Municípios da Bahia para debater o assunto, mas não obteve sucesso. (Fernanda Dourado/Bahia Repórter)
Leave a Reply