Euclides da Cunha

Os primitivos habitantes do município foram os indígenas caimbés, que se instalaram inicialmente no aldeamento de Maçacará, transferindo-se posteriormente para outro sítio, que mais tarde receberia a denominação de Fazenda Caimbés. A presença da colonização branca deu-se a partir da pecuária, principalmente por colonos oriundos de Monte Santo e de Tucano. O primeiro núcleo populacional do Município foi na fazenda do Cumbe do Major Antonino e foi nessa área que ocorreu a primeira feira livre, que com o passar do tempo, Francisco da Silva Dantas mandou cortar algumas cajaranas e construiu um grande barracão para as feiras. Experimentando considerável progresso, nasceu a povoação denominada por Nossa Senhora da Cumbe.

Cumbe é um termo popular que no Ceará significa cachaça, biongo ou povoado.

As casas se multiplicaram devido à construção do açude Tanque da Nação, que era a única fonte de água potável da região. A cidade foi erguida num lugar que tinha uma vegetação cerrada que se chamava Mata das Preguiças, por ter inúmeras preguiças agarradas em árvores e se arrastando pelo chão, como conta José Aras em “No Sertão do Conselheiro”.

Cumbe na segunda metade do século XIX pertencia a Monte Santo. Foi por volta de 1840, que José Higino dos Santos estabeleceu-se na Fazenda Carrancudo (leia-se Tanque da Nação) e exigiu do governo um tanque público que atenuou os efeitos das secas para os moradores dessa região. Em 1968, dois anos mais tarde, as obras do açude foram finalizadas.

A população aumentou e a construção de casas desordenadas também, fato que levou à mudança do local da feira. Em 1888, foi construída no meio da Praça, pelo Vigário Vicente Sabino dos Santos, uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição; onde está situada a Igreja Matriz. E Cumbe, Uauá, Canudos e Massacará eram vilarejos pertencentes à Monte Santo, com o progresso de Cumbe, a vila se tornou uma freguesia.

A sede da freguesia da Santíssima Trindade de Massacará foi decretada pela Lei Provincial nº 2.152 de 18.05.1881 transferida para a capela de Nossa Senhora da Conceição do Cumbe. O Município de Euclides da Cunha foi criado pela Lei Provincial nº 255de 11.06.1898, com o território desmembrado do município de Monte Santo. Por força dos Decretos nº 7.455 de 23.06.1931 e 7.479 de 08.07.1931 Cumbe foi concebido e seu território em face desses últimos decretos foi incorporado ao Município de Monte Santo, nesse caso volta Cumbe a pertencer ao Município de Monte Santo.

Em função do Decreto Estadual nº 8.642 de 19.09.1933, a Vila de Cumbe passou a ser chamada Euclides da Cunha, por sugestão de José Aras, em homenagem ao escritor e autor do livro Os Sertões. Porém,.somente em 30 de novembro de 1938, pelo Decreto Estadual 11.098, foi sacramentada a idéia e a homenagem ao escritor.

Pelo decreto 141, de 31 de dezembro de 1943 e retificado pelo decreto 12.978, de 01.06.1944, Euclides da Cunha abrangia dois distritos, o da sede e o de Canudos. Pela lei, Euclides da Cunha perdeu parte de seu território para Uauá, inclusive os povoados de Riacho das Pedras, grande faixa da Fazenda Barra e do Riacho Crateús. Com a lei 628, de 30 de setembro de 1953 (Lei Orgânica dos Municípios), foi criado o distrito de Massacará.