Grupo fez passeata em uma das avenidas mais movimentadas da capital. Exposição de fotos e caixão foram usados no protesto.
Cerca de 1.500 médicos realizaram uma caminhada percorrendo as avenidas Tancredo Neves e Magalhães Neto, em Salvador, na tarde desta terça-feira (23). A ação faz parte da paralisação em protestos a medidas do governo federal, como o programa Mais Médicos e vetos à lei do Ato Médico. Vestidos com jaleco e alguns com uma faixa preta no braço em sinal de luto pela precariedade da saúde pública, os médicos se concentraram por volta das 14h na praça Newton Rique, no Iguatemi. Estudantes e profissionais de diversas especialidades médicas também prestaram serviço gratuito à população nos cerca de dez quiosques montados na praça.
No local, foram expostas fotografias de unidades de saúde pública de Salvador e Região Metropolitana em situação precária, além de um caixão com a foto do ministro da saúde Alexandre Padilha. “Demonstrar em fotos é uma pálida demonstração da situação que nós vivemos e que a população, pior ainda, vive. São fotos que espelham a realidade e demonstram porque o médico resiste em atender no SUS”, declarou José Abelardo Meneses, presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB), uma das instituições organizadoras do ato desta terça-feira (23).
Por volta das 16h, os médicos seguiram em direção a avenida Tancredo Neves e caminharam até a avenida Magalhães Neto. O trânsito foi parcialmente interrompido no trajeto da caminhada.
Programa Mais Médicos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou o Programa Mais Médicos, do governo federal, aos secretários e prefeitos da Bahia, na sexta-feira (19), em evento realizado em Salvador. Entre as diversas autoridades presentes estavam o governador da Bahia, Jaques Wagner, o prefeito de Salvador ACM Neto, e o secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla.
Durante o pronunciamento de Solla, um cidadão que assistia ao evento interrompeu o discurso do secretário e fez duras críticas ao serviço público de saúde oferecido na Bahia. “Vocês não sabem o que é a realidade de quem não tem plano de saúde, de quem precisa de hospital público aqui. A saúde na Bahia está precária”, disse o rapaz sem se identificar. Ele falou por um bom tempo até que deu espaço ao secretário para que tivesse uma resposta.
“Acho positiva essa declaração, isso faz parte da democracia. Certamente, muita gente não sabe do avanço na saúde da Bahia nos últimos anos. Os investimentos triplicaram. Os problemas existem, mas temos sim atendimento de qualidade em vários hospitais. Temos o Hospital do Subúrbio, que tem atendimento clínico e de emergência superior a muitos da rede particular. Se eu ou você tivermos um politraumatismo vamos pedir para ir para ir para o HGE [Hospital Gera do Estado]. Quantas pessoas também ficam esperando leito de UTI em hospital privado”, respondeu.
Fonte: G1
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