ILIMAR FRANCO
A pesquisa Datafolha em que a nova candidata Marina Silva (PSB/Rede) figura em empate técnico com o candidato Aécio Neves (PSDB) deixou uma dúvida. Para os tucanos, Marina chegou ao seu teto (21%) e, portanto, o embate principal continua sendo com a presidente Dilma (PT).
Dilma manteve seu patamar (36%) e o mesmo ocorreu com Aécio (20%). Marina emergiu com 21%, o que representa ter mais do que dobrado as intenções de voto em Eduardo Campos (PSB). Esse desempenho, no entanto, pode ter uma leitura de que Marina manteve seu patamar, pois ela tinha conquistado 19% dos votos nas eleições presidenciais de 2010, quando concorreu pelo PV.
Por isso, há cientistas políticos que veem nesse percentual o piso eleitoral de Marina. Há, ainda, os que avaliam que como a pesquisa foi encerrada na sexta-feira ela não captou o efeito comoção. Esta teria como palco principal o velório e o enterro ocorridos no fim da semana. O fato é que só o tempo, e depois dos primeiros 10 dias de propaganda na TV, se poderá concluir se tudo será como antes (Dilma x Aécio) ou se haverá uma disputa classificatória (Aécio x Marina).
Os adversários de Marina, tanto do PT quanto do PSDB, esgrimem contra ela a falta de experiência e sua falta de sustentação política. Mas a história do Brasil não permite concluirmos que isso seja um empecilho relevante para a eleição de um presidente. Os eleitores brasileiros parece que de tempos em tempos fazem uma opção pelo rompimento da lógica das coisas. O Brasil já elegeu Jânio Quadros (UDN) de vassoura na mão, em 1960. O Brasil já elegeu Fernando Collor (PRN) caçando marajás, em 1989.
Fica a dúvida: O Brasil pode eleger Marina Silva (PSB) como veículo do voto de protesto contra tudo o que esta aí? A primeira pesquisa de intenções de voto (Datafolha) sobre um segundo turno, entre Dilma e Marina (43% x 47%), sugere que esta é uma possibilidade a ser considerada.
Fonte: O GLOBO
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