Relator da reforma política, Marcelo Castro decide retomar proposta original, que prevê cinco anos de mandato no Senado, ou seja, três anos a menos do que a Constituição determina hoje. “Se os senadores querem [dez anos], eles que proponham. Não quero esse desgaste para mim”
Após receber uma série de críticas, o relator da reforma política na comissão especial da Câmara, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), desistiu de aumentar o mandato dos senadores dos atuais oito anos para dez anos. Pressionado por eleitores e colegas, o relator decidiu retomar sua proposta original, que previa mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos: de vereador a presidente da República.
O deputado alega que havia esticado, a contragosto, o mandato dos senadores para facilitar a aprovação da reforma política no Senado. “Fui acusado de que estaria dificultando a aprovação da reforma política, que estava intransigente e que o Senado não iria aceitar o mandato de cinco anos”, disse Marcelo Castro. O peemedebista, no entanto, mudou de ideia devido às pressões e críticas que recebeu por ter mudado seu parecer.
“Foram tantas pancadas de ontem para hoje, todo mundo me crucificando. Então, por que eu vou pagar um preço por uma coisa que eu acho errada? Acho que o mandato deveria ser igual para todo mundo. Cinco anos é um mandato absolutamente razoável para todos os níveis”, disse o relator da reforma política. “Se os senadores querem [dez anos], eles que proponham. Eu não quero esse desgaste para mim”, acrescentou. Caso a mudança proposta pelo deputado seja aprovada, os senadores terão três anos a menos de mandato.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende que a Câmara deixe que o Senado cuide da decisão sobre o tamanho do mandato dos senadores. Cunha informou que se dedicará na próxima semana à articulação em torno da proposta de reforma política para buscar algum consenso para que a matéria possa ser aprovada na Câmara.
A votação do parecer do deputado Marcelo Castro, que deveria ter começado na quinta-feira (14) na comissão especial, em função do pedido de vista coletivo do parecer, foi transferida para terça-feira. A promessa do presidente da Câmara é iniciar a votação da reforma política no plenário da Casa no próximo dia 26 de maio.
Com informações da Agência Brasil
Leave a Reply