A gravação interceptada pela Polícia Federal de uma conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma pegou também um diálogo com o ex-ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner. O grampo é do dia 4 de março, data em que Lula foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. No diálogo, Wagner se refere ao senador Delcídio Amaral (afastado PT-MS) como aquele canalha.
Jaques Wagner: Diga, Excelência.
Lula: Tudo bem, querido?
Wagner: Suportou a encheção de saco?
Lula: Não houve tortura. Vocês sofreram mais do que eu, porra. Foi a mesma pergunta de sempre, Wagner. A mesma coisa de sempre.
Wagner: Foi só para fazer a cena.
Lula: É até importante você falar com a Dilma. Eu acho que eles fizeram antecipar um pedido nosso que está na Suprema Corte, que está na mão da Rosa Weber.
Wagner: Entendi.
Lula: Eles estão tentando antecipar. Como eles ficaram com medo que a Rosa fosse dar, eles estão tentando antecipar tudo isso, porque ela poderia tirar isso do Lava Jato. O Moro fez o espetáculo para comprometer a Suprema Corte.
Wagner: Eu acho que não é só isso, não. Eu acho que estão querendo criar clima, só falam de renúncia, para o dia 13. Eu disse ontem, quando saiu a matéria da IstoÉ. Amanhã eles vão fazer alguma putaria com o Lula. Terça-feira o filha da puta da OAB vai botar aqui dizendo que o Conselho da OAB acha que nesse caso… É uma palhaçada. Porque o Delcídio, porra, que eu não imaginei que era tão canalha, ele fala de Pasadena, por exemplo, que já foi arquivada pela PGR. Fala que você mandou isso, mandou aquilo. Porra, tem prova de alguma coisa? Ah, vai tomar no cu. Não achei que ele fosse tão escroto.
Lula: Você viu, querido, ela está falando dessa reunião. Ô, Wagner, eu queria que você visse agora, falar com ela, já que ela está aí, falar o negócio da Rosa Weber. Está na mão dela para decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa…
Wagner: Combinado, valeu, querido. Dá um abraço na Marisa e nos meninos.
Estadão Conteudo
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