Leonencio Nossa, enviado especial
As eleições realizadas neste domingo, 2, nos 417 municípios baianos embaralharam a disputa para o governo do Estado em 2018. O grupo do governador e provável candidato à reeleição Rui Costa (PT), que conta atualmente com 332 prefeitos, saiu vitorioso desta vez em 194 cidades. A aliança política de seu principal oponente, o prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM), conquistou 176 prefeituras.
Uma análise fria dos dados das planilhas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esconde, porém, ressalvas. Há uma margem de diferença nas derrotas e conquistas de um e outro lado em 46 municípios, onde os prefeitos foram eleitos ou reeleitos por partidos que não se alinharam ao PT e ao DEM. Também existem casos de municípios em que os partidos coligados no plano estadual disputaram em lados opostos. O DEM enfrentou em oito cidades, por exemplo, candidatos do PMDB e do PSDB, seus aliados no plano estadual.
Mais dramática, no entanto, é a situação do PT, que viu candidatos do partido perderem em 30 cidades para o PSD do senador e aliado Otto Alencar, que se coligou com o DEM em dez destes municípios. Além disso, o cenário pode se alterar drasticamente, levando-se em conta a máquina do governo do Estado e a perspectiva de poder da oposição.
O resultado das urnas nas cidades baianas com mais de cem mil eleitores também indicou um quadro de disputa acirrada para a eleição ao governo do Estado. O DEM conquistou os dois principais colégios eleitorais, Salvador, um eleitorado total de 1,9 milhão de pessoas, e Feira de Santana, 397 mil. O partido também comemora a vitória em Camaçari, um reduto do sindicalismo petista de 158 mil eleitores.
O PT conquistou Lauro de Freitas, 118 mil eleitores, e Juazeiro, 146 mil, onde apoiou a candidatura do PCdoB. No Sul do Estado, o PSD venceu em Itabuna, 150 mil eleitores, e Teixeira de Freitas, 103, mil, sem coligação com o PT nestes dois municípios.
Grotões
Dos dez milhões de eleitores baianos, 3,2 milhões estão em grandes cidades. Uma disputa estadual passa pelos grotões e cidades na faixa de 20 a 80 mil eleitores. É nesta parte da Bahia que as alianças forjadas pelos grandes partidos em Salvador tornam-se duras e complexas.
Em Chorrochó, município de oito mil moradores, o prefeito eleito foi Humberto, do PP, que montou uma chapa com o PT e o DEM. Na cidade de Antas, de dez mil eleitores, o eleito, Sidônio Nilo, do PSL, derrotou Roberta de Agnaldo, que uniu PT, PMDB e DEM. Já em Bom Jesus da Lapa, cidade de romarias, com 45 mil eleitores, Eures Ribeiro, do PSD, venceu com apoio do DEM o candidato do PMDB, Enio Guedes, aliado local dos petistas.
O PSD, que sai como uma incógnita destas eleições na Bahia, foi o partido que mais elegeu prefeitos na cabeça de chapa, num total de 72, seguido pelo PMDB (46), PT (36) e DEM (21). Vitória da Conquista, terceiro maior colégio baiano, com 230 mil eleitores, é o único município do Estado onde vai ter segundo turno. Herzen Gusmão, do PMDB, disputa a prefeitura com Zé Raimundo, do PT.
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