O jogo começa
POR MAIÁ MENEZES, EDITORA DE PAÍS
A campanha, que será relâmpago este ano, está extraoficialmente em campo. Os movimentos desta semana indicam os caminhos das principais candidaturas no jogo. Os polos opostos serão os primeiros a vestir a camisa. Jair Bolsonaro (PSL), no domingo, e Ciro Gomes (PDT), na sexta, serão formalizados como os nomes de seus partidos para a disputa presidencial.
Ciro dá sinais trocados sobre a postura em torno de temas essenciais para seus potenciais aliados – DEM e PSB. Em carta a dirigentes da Boeing e da Embraer, os orientou a não consumar o acordo de venda de 80% da empresa brasileira à companhia americana, que fora anunciado no início do mês. Irritou parte do DEM. No mesmo dia, arrefeceu as críticas à reforma trabalhista. Amenizando o desconforto que causou no PSB e em simpatizantes mais à esquerda.
Jair Bolsonaro (PSL) sai por ora isolado, sem alianças. Apesar de primeiro colocado nas pesquisas, com o PR descartado de uma eventual aliança e sem o general Heleno, como vice (desejo do pré-candidato, abortado hoje pelo PRP), terá apenas sete segundos no horário eleitoral gratuito.
Enquanto vão consolidando (ou descartando) as alianças, os pré-candidatos andam encontrando suas brechas para atrair o eleitor. Nem todas legais. A Procuradoria-Geral Eleitoral já recebeu 180 representações contra a instalação de outdoors em favor de Jair Bolsonaro em 24 estados. A maioria ainda está sob análise dos procuradores. Em outra frente, o Tribunal Superior Eleitoral notificou a pré-campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) pelo uso de inteligência artificial contra a campanha de Bolsonaro. E Henrique Meirelles (MDB) vem recorrendo a telemarketing para distribuir elogios à sua gestão como ministro da Fazenda. Em cidades menores, até uma inusitada guerra de outdoors, entre defensores do ex-presidente Lula e Bolsonaro já foi identificada.
Apesar de formalmente começar no dia 20 de agosto, os motores da corrida presidencial esquentam. A temporada começou.
Informações de O GLOBO
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