POR FRANCISCO LEALI, COORDENADOR NA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O toque da Alvorada soou um pouco mais tarde ontem. Eram 9:08 quando o presidente eleito Jair Bolsonaro disparou, no seu twitter, o nome do general Fernando Azevedo e Silva para o Ministério da Defesa. Bolsonaro tinha chegado há pouco no Planalto Central para um dia de anúncios e “desanúncios”. Como brincava o próprio candidato na campanha: “é melhor já ir se acostumando”. Esse é o estilo do futuro presidente. Fala nas esquinas, não segue protocolos e, às vezes, responde de maneira genérica, como fez quando perguntado sobre cargos comissionados no governo: “vamos diminuir isso aí”. Na sua segunda passagem por Brasília, nesta semana curta com feriado a “expulsar” políticos da capital, Bolsonaro começou cogitando, sem cravar, o nome do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para a pasta da Saúde. Depois, disse que o Ministério do Trabalho não será mais extinto. Vai ter nome junto com outros assuntos. E ainda teve tempo para fazer piada com a preferência sexual de quem for para o Itamaraty. Quando perguntaram se podia ser uma mulher, comentou, sorrindo: – Pode ser gay.
Hoje, já recebeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Esse último anda interessado em permanecer no cargo. Bolsonaro, ao que se sabe, ainda não disse se o apoia ou “vai mudar isso aí”. Antes da conversa, avisou que diria a Maia que há outros candidatos “bons” no páreo.
Mas o futuro presidente da República sabe que o DEM flerta com seu governo. E ter a adesão de um partido que costuma ser fiel nas votações tem um peso. O problema é que na lógica partidária, que Bolsonaro prometeu na campanha não seguir, voto costuma vir em troca de cadeiras na Esplanada.
Um ministério para a cidadania
O futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antecipou aos conterrâneos gaúchos numa entrevista que, no governo Bolsonaro, haverá o Ministério da Cidadania. O nome é bastante curioso para quem olha para trás e vê como foi, na campanha, o palavrório sobre direitos de cidadãos, direitos de minorias, direitos humanos.
Diplomacia de gaúcho
O chanceler brasileiro para os próximos quatro anos está para ser anunciado, possivelmente hoje. Enquanto isso, o futuro ministro Onyx Lorenzoni avançou no tema da política externa vociferando contra a Noruega. Diz Onyx que esse país não tem o que cobrar do Brasil no campo ambiental porque destruiu suas matas. Usando o twitter, o embaixador norueguês aceitou o duelo, mas como faziam os antigos cavalheiros. Marcou o local: convidou Onyx à embaixada para tratar das colaborações entre os dois países na área de preservação.
Fonte: O GLOBO
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