Mais do que econômica, a feira livre é uma expressão social e cultural.

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As f e i r a s l i v r e são fenômenos econômicos sociais muito antigos e já eram conhecidas dos gregos e romanos. O papel das feiras t o r n o u – s e v e r d a d e i r ame n t e importante a partir da chamada revolução comercial, ou seja, do século XI. As feiras livres existem no Brasil desde o tempo da colônia.

Apesar dos chamados “tempos modernos”, elas não desapareceram e em muitos lugares no interior do país elas são o principal e, às vezes, o único local de comércio da população. Muitas vezes elas funcionam também como centros culturais e de lazer. Estas feiras devem ter se originado há muito tempo, quando as pessoas se reuniam periodicamente em algum ponto pré-determinado da cidade para vender seus produtos à população ou mesmo realizar trocas.

Com o tempo provavelmente o número de pessoas foi aumentando, e o poder público interveio com o objetivo de organizar, fiscalizar e cobrar impostos. IMPORTANTE – As feiras ocupam papel verdadeiramente importante como e s p a ç o s econômicos e sociais que são. “É dia de feira, quarta-feira, sexta-feira, não importa a feira. É dia de feira quem quiser pode chegar!”. Pois é, no interior da Bahia, todo dia é dia de feira livre, um comércio onde de tudo se encontra, onde tudo se mistura, e entre cores, aromas, sabores e movimentos, quem ganha é a população, mais que isso, quem ganha é o município, que numa espécie de supermercado a céu aberto, vê sua economia, suas culturas, potencialidades e tradições se manifestarem freneticamente em um só lugar.

A existência das feiras foi uma solicitação natural de um ambiente que congregasse todos os produtos que estivessem disponíveis para outro e, neste contexto, seria importante que se trocassem seus excessos em busca de outros produtos. Com isto, verifica-se a importância das feiras livres para os tempos modernos. Muitas delas surgiram da necessidade da comunidade rural, em sua maioria, pequenos produtores agrícolas e pescadores, trocarem seus produtos por outros bens diferentes, como foi o caso do município de Barreiras, no Oeste baiano.

IDENTIDADE- A feira livre já foi, durante um bom tempo, sinônimo de sujeira, de problema sanitário. No entanto, a consciência da administração pública, acabou por entender, que mais do que um ambiente de comércio, a feira livre de um município é também a identidade de uma cidade, é também parte integrante e viva das muitas tradições de um lugar. Existem feiras na Bahia que possuem mais de um centenário de existência. Sendo assim, todo o apoio e atenção prestada a esses espaços, só tendem a reforçar o município e tudo que de bom ele tem para oferecer.

Atualmente, muitos municípios discutem o que pode ser feita para modernizar as feiras livres. Mais do que “modernizar” as feiras, melhor mesmo seria adequá-las as normas de vigilância sanitária, resgatá-las, incentivar comerciantes, revitalizar as feiras que tem perdido espaço e importância no município por alguma razão.

VALOR – Para se ter idéia do valor de uma feira, a história dá conta de diversos municípios do Estado que “nasceram” a partir da existência desse espaço público. Jequié é um exemplo disso: a cidade se desenvolveu a partir de movimentada feira que atraía comerciantes de todos os cantos da região, no final do século XIX. Outro grande exemplo é Feira de Santana, que apesar de ter surgido de um cruzamento de estradas, do encontro de vaqueiros do sertão baiano e de outros Estados, também se deve à famosa feira, que surgiu no século 18 e que terminou por dar nome ao município. Uma feira livre movimenta a cidade de Marau aos sábados e a pesca é importante fonte de renda para a cidade. Já o Mercado Municipal de Jacobina é o reduto do mais autêntico artesanato do sertão baiano, com trabalhos em couro, sisal, barro e cerâmica. E a feira livre de Jacobina o destaque fica por conta da variedade de frutas da região e diversos objetos da cultura popular, além de ervas milagrosas, defumados e roupas, dentre outras miudezas. A feira livre de Alcobaça acontece todos os domingos. Na segunda, a feira livre agita os municípios de Adustina e Cícero Dantas. Na quarta o agito é em Fátima, Novo Triunfo, Cipó e Ipirá. Sexta as feiras movimentam Paripiranga e Ribeira do Pombal. E no sábado, Coronel João Sá, Jeremoabo, Antas e Heliópolis.

Fonte: Jornal da UPB

 

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