Renan: Vários tons e a sede de sempre pelo poder

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BRASÍLIA – Do palanque de Fernando Haddad ( PT ), em 2018, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) desceu direto para a turma do gargarejo do governo Jair Bolsonaro .

Desde dezembro, quando começou a construir sua candidatura à presidência do Senado, cadeira que quer ocupar pela quinta vez, o emedebista deu uma guinada no discurso e trocou os ataques à reforma da Previdência de Michel Temer a elogios à agenda econômica de Bolsonaro, que também tem a revisão nas regras de aposentadoria como principal bandeira. Para quem não entendeu, Renan tem desenhado nas últimas entrevistas.

“O velho Renan cumpriu seu papel em momentos dramáticos da vida nacional. Mas ele precisa sair de cena. O novo Renan parece mais convincente, mais calmo, mais amplo do ponto de vista do espectro político, compreende melhor a complexidade das circunstâncias. É claro que o velho Renan tem de ser respeitado e, a qualquer momento, pode até ser chamado de volta”, destrinchou Renan, à revista Época, na semana passada, sua aparente crise de identidade.

Ela, porém, não existe. Renan sabe onde mira. Foi esse discurso que o conduziu a assumir hoje seu quarto mandato como favorito na disputa pela Presidência do Senado, marcada para o início da noite. Especialista em inversões de rumo, o “velho Renan” já escapou de muitos naufrágios na política, apoiando e abandonando aliados estrategicamente.

Quando o governo de Fernando Collor fez água, Renan foi um dos primeiros a gritar impeachment. Quando Dilma Rousseff perdeu a guerra com Eduardo Cunha, Renan liberou os caminhos no Senado a Michel Temer. Ante o rombo no casco aberto por Joesley Batista, descartou o correligionário da mesma maneira.

Mas nem sempre foi preciso trair. Renan manteve-se alinhado a Fernando Henrique e serviu com igual ímpeto a Lula. Abraçando tucanos e petistas, diz que agora está aberto a conversar com Bolsonaro. Fonte: O GLOBO

 

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