Uma reação em sequência de especialistas em saúde levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a recuar e esclarecer que há, sim, registros de transmissão de Covid-19 por pacientes assintomáticos. Na véspera, Maria Van Kerkhove, chefe da unidade de doenças emergentes da OMS, declarou que a transmissão nesses casos era rara. Hoje, o diretor de emergências, Michael Ryan, afirmou que ela ocorre, mas ainda é desconhecida a dimensão da propagação do vírus por quem não apresenta sintomas. E Kerkhove reconheceu que a taxa de transmissão pode chegar a 40%.
Efeitos colaterais: o presidente Jair Bolsonaro usou a primeira declaração de Kerkhove para defender a reabertura das escolas e do comércio no Brasil. Ele e o chanceler Ernesto Araújo criticaram a OMS.
Outro olhar: pesquisadores americanos concluíram que pessoas sem sintomas representam de 40% a 45% das infecções. “O assintomático fala, ofega, pigarreia, e isso também transmite o vírus”, explica o virologista Eurico Arruda, da USP.
Governo retoma divulgação de casos totais de Covid-19 após decisão do STF; país tem 38.497 mortes segundo levantamento de consórcio da imprensa
As informações sobre o total de contágios e mortes por Covid-19 voltaram ao site do Ministério da Saúde, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal determinar ao governo a retomada da divulgação integral dos dados. A contagem havia sido interrompida na sexta-feira.
Por volta das 19h, o portal atualizou os números: 739.503 casos e 38.406 mortes até esta terça-feira. No entanto, dados compilados pelo consórcio da imprensa até as 20h indicam que o país já soma 742.084 infecções e 38.497 mortes. Foram registrados 1.185 óbitos e 31.197 casos nas últimas 24 horas.
O que foi dito: em audiência na Câmara, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que os dados sobre a pandemia são “inescondíveis” e que tem a missão de “buscar a verdade” sobre as notificações. A pasta vai alterar a metodologia de contagem de novos casos de Covid-19. Pazuello declarou que os dados acumulados “não eram dignos do povo brasileiro”.
Fonte: O GLOBO
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