Wilson Vitor: Não Sou controlável

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Wilson Vitor tem 49 anos, euclidense da gema, nasceu na Rua Maria Quitéria, casado, pai de quatro filhos, é radialista há trinta anos e reside hoje na zona rural. Eleito vereador nas eleições de 88 e 92 pela legenda do PMDB e em 2000 pela coligação do PHS, foi também, durante o primeiro ano, Secretário de Agricultura na gestão Rosa Maia. Após dois anos pilotando o programa “Fala Povo” em uma das rádios da cidade, Vitor foi demitido e debita o fato a ingerência do Poder Público Municipal. 

“Há dois anos vinha comandando com sucesso programa Fala Povo, que trazia além de lucro financeiro, uma das maiores audiências da rádio, entretanto, o poderio econômico da Prefeitura de Euclides da Cunha, teria condicionado à minha saída, uma excelente verba publicitária.” Desabafa. 

Mas porque a Administração Municipal tomaria essa atitude conta o senhor? 

“Porque eu não sou controlável. Essa Administração tem uma série de falhas e eu não fico calado. Quer exemplos?

1) O custo do São João não tem precedentes. Só do Governo Federal foram gastos cerca de R$ 300.000,00 sem qualquer resultado palpável para o município.

2) As promessas que foram feitas para a área de educação continuam sendo promessas. Onde está o abono que tanto foi cobrado da prefeita Rosa? E o transporte escolar que foi tão criticado e continua aí a mesma empresa. Basta olhar a sucata de ônibus que circula na cidade pondo em perigo a vida de todos, para  entender o que  estou falando.

3) Quando a prefeita diz que Euclides da Cunha nunca teve o que tem agora, acontece exatamente o inverso. Onde estão as mudanças  na saúde? Onde está o reaparelhamento do hospital, a UTI móvel.. tudo promessa de campanha. Eu tenho aqui guardado comigo  o programa de governo dela (mostra). Não tem 5% realizado.

4) Lembram-se de outra promessa importante onde a prefeita e o deputado diziam nos palanques que não roubando e não deixando roubar teria dinheiro para tudo? Então, por que de repente pararam as obras previstas para 2009? Não estou afirmando nada; apenas perguntando.

5) E a adequação do matadouro? Quebraram boa parte dos comerciantes de carne da cidade “e abriram espaço para que na calada da noite os clandestinos abatam bois em condições ainda piores que aquelas do matadouro interditado.” Indigna-se.

Mas Sr.Vitor, Por que com todo isso o deputado continua fazendo sucesso e sucessão na política local? 

“Porque ele é um ditador que decide e os cordeirinhos seguem, porque asfixia com o poder econômico, com o cerceamento da informação e com as suas jogadas políticas”

Mas parece que politicamente, o senhor tem uma relação de amor e ódio com o deputado Zé Nunes? 

“Não, não é isso. Estive com ele enquanto acreditei nele. Num certo momento tive de deixá-lo e apoiar a Rosa por entender que quem ama Euclides da Cunha, não poderia e não pode permitir que o Renato Campos volte ao poder. Quem ama Euclides da Cunha ganha o dinheiro fora e traz para investir aqui, ao contrário do deputado que amealhou sua fortuna toda aqui e foi investir bem longe daqui.”

Mas mesmo assim ele conseguiu eleger prefeita, sua mulher, Fátima Nunes. 

“Olha meu amigo, o declínio do deputado começou em 2004 quando seu cunhado Lula perdeu as eleições. Infelizmente quem ganhou o poder, não soube mantê-lo. Mas agora, o Zé Nunes retomou declínio político, e numa situação bastante delicada. Antes, ele colocava o cidadão na cadeira de prefeito e ganhava dividendos mandando fazer favores aos seus aliados, por isso hoje tem muita gente aí respondendo processos no TCM. Agora, ele não pode mais mandar fazer favores porque a prefeita é a mulher dele. Se algo der errado, ele não pode culpar ninguém. Aliás, é ele quem governa, é ele o prefeito de fato”. Encerra.

Autor: Celso Mathias ( Transcrito da revistavidabrasil.com.br)

 

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