O presidente Jair Bolsonaro liderou a realização de atos antidemocráticos, com declarações golpistas, em cidades brasileiras no feriado de 7 de setembro. Em discursos em Brasília, pela manhã, e em São Paulo, à tarde, ele direcionou ataques ao Supremo Tribunal Federal — Bolsonaro xingou o ministro Alexandre de Moraes e disse que não cumprirá suas decisões. Afirmou que as eleições de 2022 serão “uma farsa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral”. Também atacou governadores e prefeitos que adotaram medidas contra a pandemia. E voltou a dizer que só sairá do Palácio do Planalto “preso, morto ou com a vitória”.
Nas ruas, apoiadores de Bolsonaro ecoaram os ataques, carregando faixas com pedidos de intervenção militar no Supremo e no Congresso, deposição de ministros do STF, e defesa do voto impresso.
Ao discursar na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro disse que participaria hoje de uma reunião do Conselho da República, que tem entre suas atribuições discutir a “estabilidade das instituições democráticas de direito”. Parlamentares e até cidadãos integram o colegiado — alguns disseram prontamente que não haviam sido comunicados, nem atenderiam ao chamado.
Em foco: Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro investigado no caso das “rachadinhas”, participou do ato em Copacabana e foi tietado.
Em detalhes: pesquisa mostrou que a maioria dos apoiadores que foram à Avenida Paulista ontem tem o perfil indicado como o do eleitor tradicional de Bolsonaro: homem, branco, maior de 40 anos e que considera o STF a maior ameaça ao presidente.
Contexto: as manifestações foram convocadas por Bolsonaro em meio a uma forte queda na sua popularidade e com o país atravessando crises em diferentes frentes, com alta da inflação, risco energético e a pandemia da Covid-19, que já tirou a vida de 580 mil brasileiros.
O que mais importa
Bolsa Família: fila de espera para receber o benefício chega a quase 1,2 milhão de famílias, número que cresce desde 2019.
Demarcações: o STF retoma hoje julgamento sobre a tese do “marco temporal”; indígenas planejam marcha.
Fonte: O GLOBO
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