Por: João de Tidinha
O Plano Real, lançado durante o governo de Itamar Franco em 1994, e implementado no Governo de Fernando Henrique Cardoso foi um marco crucial na história econômica do Brasil. Sua importância para as camadas mais pobres da população foi para mim um verdadeiro programa de inclusão e de distribuição de renda.
Na época, a inflação mensal chegava aos 40% corroendo totalmente o poder de compra das classes assalariadas, significando num exemplo simples que no início de cada mês você fosse a feira e comprasse 1 dúzia de bananas por $10,00 e no final do mês fosse comprar novamente a mesma quantidade precisaria de $14,00. Ou seja, os $10,00 do início do mês só daria para levar 8 bananas. A inflação já tinha corroído seu salário.
Na época, trabalhando na COELBA no Departamento de Planejamento e Orçamento, não mais projetávamos orçamentos na moeda vigente que era o Cruzeiro Real, mas sim em US$ (dólar), considerando que na moeda local, após um mês, o orçamento previsto não valia mais nada ou então não correspondia mais a realidade dos preços praticados.
O Plano Real conseguiu estabilizar a economia, trazendo confiança e previsibilidade. Isso beneficiou diretamente os mais pobres, que sofriam com a volatilidade de preços e incertezas financeiras.
Com a nova moeda, o Real, o poder de compra das pessoas fora preservado. A inflação caiu drasticamente, permitindo que os salários rendessem mais. Isso impactou positivamente os trabalhadores de baixa renda, que podiam comprar mais com seus ganhos. Ou seja, seguindo o exemplo anterior: Os $10,00 reais que você comprava 1 dúzia de bananas no início do mês, adquiria a mesma quantidade no final do mês.
O Plano Real contribuiu para a redução da pobreza. A estabilidade econômica impulsionou o crescimento e a geração de empregos, beneficiando especialmente os mais vulneráveis. Além disso, a inflação controlada evitou que os preços dos alimentos e produtos básicos subissem descontroladamente, aliviando o custo de vida para todos.
Em resumo, o Plano Real deixou um legado significativo na distribuição de renda ao proporcionar estabilidade, preservar o poder de compra e melhorar as condições de vida das camadas mais pobres da população brasileira. Hoje, 30 anos após sua implementação, ainda sentimos seus efeitos positivos.
“Milhões de brasileiros nasceram e cresceram sem ter vivido um dia sequer as agruras de lidar com a hiperinflação, um desastre que consumia todas as energias do País. Para esses cidadãos mais jovens pode até soar estranho, talvez inconcebível, mas se tratava de um Brasil incapaz de olhar para quaisquer outros de seus muitos problemas, que dirá pensar e implementar políticas públicas mais perenes para solucioná-los, absolutamente perdido que estava por ter em circulação uma moeda que mal valia o papel em que era impressa”. – Texto extraído da opinião do Jornal o Estado de São Paulo-.
Não podemos deixar que governos esbanjadores e populista destruam este legado tão essencial para a manutenção da Democracia no Brasil.
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