O Desenvolvimento de Euclides da Cunha

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Por: João de Tidinha

Não se pode negar que o salto do crescimento e transformações do município de Euclides da Cunha, entre outros fatores, deveu-se principalmente pelo grande fluxo do tráfego de caminhões com destino a fortaleza e outros estados da região nordeste, transportando mercadorias. De fato, a estrada BR-116 Norte, que corta a região, desempenhou um papel fundamental em seu desenvolvimento.

Essa conexão facilitou o escoamento de produtos agrícolas, o transporte de mercadorias e a circulação de pessoas, impulsionando a economia local gerando empregos e renda.

Com a expansão da BR-116, surgiram oportunidades de emprego em setores como comércio, serviços e logística. Lojas de eletrodomésticos, supermercados, materiais de construção e outros negócios se estabeleceram ao longo da rodovia, bem como empresas de transporte, postos de combustível e serviços de apoio.

A cidade se tornou um ponto estratégico para o comércio regional, atraindo investimentos e fomentando o crescimento econômico.

Essa estrada é mais do que asfalto; é o caminho para o progresso e a prosperidade da região

Mas nem sempre foi assim. Para entendermos melhor a situação dessa rodovia, transcrevo parte de uma matéria Euclides da Cunha – Das Cinzas ao Desenvolvimento”, escrito pelo saudoso José Dilson Pinheiro no portal de notícias www.euclides.com, a seguir:

“Na década de 1960, mais precisamente no período da ditadura militar, Euclides da Cunha viveu dois momentos importantes para a sua história política e de desenvolvimento, com o anúncio do asfaltamento da estrada Transnordestina, que passava a ser conhecida como BR 116/Norte, caminho mais curto entre a cidade de Fortaleza-CE, principal entreposto comercial do Nordeste, e o Sul do Brasil. (A BR 116 começa em Fortaleza-CE, e termina na cidade de Jaguarão-RS, na divisa com o Uruguai.

Máquinas pesadas chegaram a Euclides da Cunha, onde se estabeleceram empresas de engenharia especializadas na construção de rodovias. Emprego para dezenas de operários euclidenses e da região foram gerados, propriedades rurais foram desapropriadas para dar passagem à rodovia, sem sombra de dúvidas, um grande sonho dos euclidenses.

O serviço de terraplenagem já se encontrava além do município de Macururé, quando foram inexplicavelmente paralisados e as firmas construtoras dispensaram funcionários e retiraram as máquinas do trecho.

Começava aí, um longo período de decadência, cuja responsabilidade fora imputada às representações políticas da época, que aceitaram passivamente a suspensão da construção da estrada, em detrimento à BR 407, que liga Feira de Santana à cidade de Juazeiro, divisa com o Estado de Pernambuco.

Sem o trânsito de centenas de veículos pela cidade e o transporte de passageiros em trânsito desviados para outra rodovia, por causa das condições precaríssimas em que ficaram os trechos em construção: abandonados e intransitáveis, principalmente no período de inverno.

Postos de gasolina foram fechados, bares, restaurantes, dormitórios, hotéis, padarias, pequenos comerciantes de comida e frutas também fecharam suas barracas. Estas, em bom número, estabelecidas ao longo da Av. Cel. Almerindo Rehem, principalmente, nas proximidades das Ruas Oliveira Brito, Castro Alves, Benjamin Constant.

O bom do progresso e desenvolvimento tão almejados estavam com os dias contados, e isso infelizmente aconteceu. Os caminhões de carga, ônibus, paus de arara, automóveis, caravanas compostas de dezenas de automóveis novos que transitavam de São Paulo para diversas cidades do Nordeste (não havia cegonhas), simplesmente desapareceram.

A omissão dos legítimos “representantes” do povo, o coronelismo, a submissão, interesses próprios em detrimento aos interesses coletivos, serviram para alertar boa parte do povo euclidense, especialmente proprietários de estabelecimentos comerciais que, com força e coragem deram a sua contribuição para tirar o município do caos econômico e político em que se encontrava”.

De fato, se o tráfego naquela época não tivesse sido desviado para a BR 407, que liga Feira de Santana/Capim Grosso/Senhor do Bomfim a cidade de Juazeiro, divisa com o Estado de Pernambuco, para os caminhões de carga com destino a Fortaleza, que passaram a rodar 200 km a mais, o município de Euclides da Cunha, seria hoje, uma cidade de porte semelhante ao de Feira de Santana.

A luta agora é outra. Os legítimos representantes, a classe política e empresarial dessa região, tem que lutar para a duplicação dessa estrada até a divisa com o estado de Pernambuco, que já apresenta sinais de desgaste com buracos no seu percurso, sem manutenção adequada, com intensivo tráfego e com registros de acidentes fatais constantes.

Entre Feira de Santana e Santa Bárbara, foram duplicados 40,3 quilômetros da rodovia.

A continuidade da duplicação da BR-116 está prevista para abranger uma segunda faixa de trânsito com extensão de 53,2 quilômetros, entre os municípios de Santa Bárbara e Serrinha.

Também está autorizada a licitação para duplicar 7,2 quilômetros do Contorno de Feira de Santana (Rodoanel) que dá acesso a BR 116 Norte e 116 Sul. Obra de extrema importância para estas duas vertentes.

Pesquisando, obtive dados que as estradas federais duplicadas no Nordeste estão concentradas principalmente nos estados da Paraíba e Alagoas.

Na Paraíba, o trecho duplicado da BR-101 foi classificado como a melhor rodovia do Nordeste. Esse trecho tem início na entrada do município de Lucena e se estende até a divisa com o Rio Grande do Norte.

A BR-101 também foi duplicada em Alagoas, mas no estado da Bahia, o trecho duplicado começa na divisa com Sergipe e segue até Maceió, totalizando 260 quilômetros. Esse corredor continua duplicado por mais 287 quilômetros até Natal, no Rio Grande do Norte.

Não custa lembrar que nas últimas eleições para presidente da república o candidato LULA foi eleito em nosso estado com 72,00% dos votos validos. O Nordeste, tradicional reduto petista, foi decisivo para a vitória de Lula. Ele recebeu 69,34% dos votos válidos da região.

No governo, federal, temos o ex-governador Rui Costa, como ministro chefe da casa civil da presidência da república, o ex-governador e senador Jaques Wagner, como líder do governo no senado federal, os senadores Otto Alencar e Ângelo Coronel, ambos da base do governo e a bancada federal na câmara dos deputados.

E para concluir, “TÁ NA HORA DE VIRAR O MAPA DO BRASIL DE CABEÇA PRA BAIXO NOS INVESTIMENTOS FEDERAIS” até porque 2026 é logo ali.

 

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