Nesse último sábado quando eu passava em frente à Igreja, ouvi uma voz conhecida gritando atrás de mim: “João, me ajude! Quando me virei, advinha quem era? Ele mesmo! O meu amigo. Aquele que não sabia se era do bem ou do mal e que também queria a feira dele de volta. Lembram?
Ele parecia um pouco ansioso e foi logo dizendo: “me ajude a motivar os euclidenses a manter a tradição religiosa da subida da Serra da Santa Cruz na próxima sexta-feira da Paixão! Essa é uma tradição muita antiga do nosso povo que não podemos perder!”
Complementou dizendo que essa tradição começou no dia em que foi fincada a primeira cruz lá no alto da Serra. Com a cruz, muitas pessoas passaram a pagar promessas, fazer votos, orações e reflexões. Logo em seguida foi construída a capela Santa Cruz, e mais pessoas passaram a rezar terços, ladainhas, acender velas e fazer adoração ao Senhor.
Tentei acalmá-lo informando que ele podia contar comigo, pois desde 2006 a gente vem não só procurando motivar os euclidenses a manter essa tradição, como também apresentamos um projeto para revitalização e valorização da Serra da Santa Cruz. Na época, este projeto foi entregue ao gestor do município; ao presidente da câmara; ao representante da igreja católica; ao secretário de turismo do governo estadual e ao representante do município no legislativo, o Deputado José Nunes. Pena que nenhum deles tenha dado a atenção devida ao referido projeto. Você pode vê-lo no site da FACE (www.faceinforma.com).
“Pois é, mas não podemos esmorecer! A sexta-feira Santa é daqui a três semanas e não estou vendo ninguém se mobilizar”, disse meu amigo. “O que você acha que devemos fazer?” perguntou-me.
Disse-lhe que seria bom ele conversar com a prefeita e com o padre. Pois são eles os principais agentes mobilizadores para realização desse evento tão importante para a comunidade e o Município.
A prefeita poderá fornecer toda infra-estrutura necessária, tais como: limpeza da trilha e da capela, segurança policial e condições de atendimento médico para os mais idosos, se necessário. Você poderia sugerir para ela que na alvorada, no ponto de encontro das pessoas para a subida da Serra (em frente à igreja), fosse distribuído mingau de tapioca e de milho para os participantes. Isso ajudaria as cozinheiras que forneceriam o mingau e estimularia a participação da população. Tenho certeza que a prefeita vai atender o seu pedido e que também não irá confundir esse ato religioso com um ato político, como já ocorreu no passado.
O padre poderá organizar com os seus fiéis a realização de uma Via Sacra, passando pelas 14 Estações até chegar ao topo da Serra, onde na capela poderiam ocorrer as orações e bênçãos finais.
Meio desconfiado, o meu amigo indagou: “será que eles vão me atender? Você não quer ir junto comigo?”
Respondi: “Claro que eles vão lhe atender! A prefeita é muito religiosa e considerando que estamos num ano de eleição, duvido que não lhe atenda. Só não vou junto com você, porque acho que a minha presença poderá mais atrapalhar do que ajudar e também porque considero que já dei minha contribuição nesse assunto nos últimos quatro anos. Agora é a sua vez e de outros euclidenses que, assim como eu e você, consideram importante a manutenção das tradições religiosas da nossa cidade.”
Ele se despediu de mim meio desconfiado e inseguro e por isso peço a todos os euclidenses que ajudem o meu amigo e também peçam à prefeita e ao padre a preservação desse evento tão significativo para os católicos, transformando-o num momento especial de penitencia, esperança e união.
Autor: João de Tidinha
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