Lula aposta mesmo é no seu prestígio

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A aposta do presidente Lula, desde 2008, na figura de Dilma Rousseff como candidata ao Palácio do Planalto foi uma demonstração clara de que ele sempre confiou na sua força para fazer o sucessor e neste objetivo tem jogado todo o seu prestígio político e pessoal (no caso de Lula, os dois prestígios se confundem). Como foi uma aposta pessoal, deixando ao PT e aos partidos aliados apenas a opção de apoiá-lo, Lula sabe que, no frigir dos ovos, é ele que está correndo todo o o risco e que cairá sobre os seus ombros a responsabilidade por uma eventual derrota.

Conhecedor profundo dos meandros da política nacional – afinal, não se pode desprezar o aprendizado que cinco campanhas presidenciais, com três derrotas e duas vitórias, lhe proporcionaram – Luiz Inácio Lula da Silva tem consciência de que se não colocar sua ex-ministra na cadeira que hoje ocupa não faltarão aliados de hoje a declarar que ele foi o culpado da derrota por ter imposto uma candidata desconhecida e que nunca concorreu a cargos eletivos. Assim como, no caso de vitória, será chamado de gênio e terá sua visão política glorificada por ter escolhido alguém tão perfeito para disputar sua sucessão.

Todos os dias, porém, Lula dá mostras de que continua a confiar – e pelo visto cada vez mais – no seu taco. Basta ver o que ele disse, nesta sexta-feira, ao explicar porque Dilma Rousseff ainda não disparou nas pesquisas de opinião. Simples: “Porque ainda não subi ao palanque com ela para pedir votos“. E, mostrando toda tranquilidade do mundo, completou: ”Em seu devido tempo, vou fazer esforço, no meu final de semana, a partir do momento que for formalizada a candidatura“.

Esta campanha, sem dúvida, será um bom prato para os estudiosos futuros quando pesquisarem sobre o quanto uma liderança popular pode transferir votos, a partir do seu prestígio, num processo eleitoral.

Análise do Comentarista Paixão Barbosa- ATARDE ON LINE

 

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