A pressão da opinião pública e o fato de estarmos num ano eleitoral amoleceu corações e quebrou resistências no Congresso Nacional, permitindo a apovação do Projeto Ficha Limpa, que cria restrições para a candidatura de pessoas que tenham sido condenadas pela Justiça. É verdade que a proposta inicial terminou sendo muito modificada (amaciada), abrindo brechas que aliviam a situação de grandes “fichas sujas”.
Pelo texto que foi aprovado na quarta-feira, no plenário do Senado, por exemplo, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que já foi até preso e tem quatro condenações judiciais decididas por órgãos colegiados, ainda poderá se candidatar sem problemas. Infelizmente, caso assim não fosse não estaríamos no Brasil, a terra do “jeitinho”.
Mas não deixa de ser um avanço, uma vez que passarão a ser impedidos de se candidatar -embora tenham direito a vários recursos – figuras que tenham cometido crimes dolosos e com penas superiores a dois anos (crimes como tráfico de drogas, assassinatos, fraudes no sistema financeiro, contra a economia popular e contra o meio ambiente). Também sofrerão restições os condenados por improbidade administrativa, entre outros.
Sem dúvida que é um passo importante na tentativa de mudar a cultura reinante no Brasil, que é a da impunidade para quem tem dinheiro ou poder. E é sempre bom lembrar que o projeto – que só depende agora da sanção do presidente Lula – só surgiu e chegou à sua aprovação por força da pressão popular e da força de vontade daqueles que conseguiram arrebanhar mais de 1, 6 milhão de assinaturas em todo o Brasil, respaldando sua apresentação ao Congresso Nacional.
Um grande exemplo da força da cidadania.
Análise do Comentarista Paixão Barbosa – ATARDE ON LINE
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