Por: Ismael Abreu
Por várias vezes o radialista Wilson Vitor no seu programa de rádio na Euclides da Cunha FM, recomendou que a prefeita Fátima Nunes renunciasse ao seu mandato sob a alegação de que a mesma não está preparada para exercer o cargo de gestora do Município
De fato, como todos sabemos a prefeita Fátima Nunes somente foi eleita em função dos votos obtidos por seu marido, o deputado José Nunes. Ou seja, não fosse a condição de esposa do deputado, a mesma não teria a menor chance de se eleger.
Sabemos também que a prefeita não tinha nenhuma experiência em administração pública, visto que suas atribuições profissionais anteriores estavam relacionadas com a área de decoração. Também sabemos do temperamento da prefeita, qualificado pelo seu líder na Câmara como pessoa meio alvoroçada, e que segundo a opinião de algumas pessoas, trata seus opositores como inimigos e seus aliados como subalternos.
Agora, daí pedir que a prefeita renuncie de um mandato legitimado pelo voto direto é de fato um equivoco do Wilson Vitor. Na verdade, a responsabilidade pelo desempenho da gestora cabe exclusivamente ao deputado José Nunes, que sabia das suas limitações e ainda assim, permitiu que a mesma fosse candidata.
Lembro-me de uma reunião que tivemos – eu, João de Tidinha e o deputado – na qual o mesmo nos comunicou que tinha desistido da sua candidatura a prefeitura do Município e que iria colocar a sua esposa no seu lugar. Fiquei extremamente surpreso e lhe perguntei: “Você vai colocar sua esposa nessa empreitada?!”. Ele respondeu: “O que eu posso fazer? É ela quem quer.” Ficamos em silêncio por alguns segundos, pois tínhamos certeza de que a Fátima, além de não ter o perfil e a habilidade política do marido, não estava preparada para o cargo.
Até entendo o desejo e a vaidade das pessoas diante da perspectiva de assumir o cargo mais importante do Município. Sem dúvida deve ser motivo de orgulho para qualquer cidadão. Porém devemos sempre ter a humildade de reconhecer as nossas limitações e “não colocar o chapéu onde a mão não alcança”.
Se numa vaquejada um amigo me cede o seu cavalo para eu derrubar um boi, certamente não aceitaria, pois a probabilidade que eu teria de cair do cavalo e me machucar seria muito grande.
O deputado assumiu esse risco ao colocar a sua esposa como prefeita e somente a ele cabe a responsabilidade pelos resultados da gestão atual. O que está feito não tem retorno. Agora é derrubar o boi ou cair do cavalo! De preferência sem se machucar, pois se precisar de algum atendimento médico terá que ser levado para algum hospital da capital.
Portanto, não faz sentido a recomendação do Wilson Vitor para que a prefeita renuncie, pois os fatos aqui relatados não trazem nenhuma novidade para os euclidenses. O deputado assumiu a condição de pai e mãe do Município, conforme disse em entrevista o líder da prefeita na Câmara. Sendo assim, repito: não tem retorno. Agora é derrubar o boi ou cair do cavalo!
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