A cada diz que passa, cresce a tensão no clima da campanha eleitoral baiana, tensão que é alimentada periodicamente pelas pesquisas de opinião e estimulada pelas divergências entre os números dos institutos. Mas não quero ficar falando eternamente sobre essas divergências, que alguns atribuem a diferenças na metodologia (caso queira ver uma análise interessante a respeito disto, sugiro ver o blog Politicando, clicando aqui).
Prefiro opinar a respeito dos problemas que os três principais candidatos ao governo da Bahia atravessam, neste momento, a partir dos números das últimas pesquisas de opinião. É evidente que quem está com a situação mais tranquila é o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, apontado pelo Datafolha e pelo Vox Populi como vencedor no primeiro turno, caso a eleição fosse hoje.
Ele, porém, sabe que não pode deitar neste colchão de tranquilidade e esperar que chegue a hora da urna. A 65 dias da eleição, o maior perigo é considerar-se eleito. O próprio Wagner tem o exemplo da sua eleição, em 2006, quando chegou à véspera do pleito sonhando em garantir presença no segundo turno e descobriu-se eleito quando a votação foi encerrada. Além disso, alguns analistas consideram que ele já teria chegado ao seu patamar mais alto e que deverá haver uma acomodação nas intenções de voto a seu favor e um crescimento dos seus adversários a partir do início do horário eleitoral.
Quanto a Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB), eles estão travando uma batalha de característica singular porque envolve um dilema fundamental: como ambos devem fazer para crescer, de modo a garantir a realização do segundo turno. Porque o grande perigo, para ambos, é que eles comecem a tirar votos um do outro, sem avançar no patrimônio do governador, o adversário a ser batido.
A única saída será fazer com que ambos cresçam ou que um suba e ooutro fique estável. Pelas pesquisas, Paulo Souto está com 23% (Datafolha) ou 21% (Vox Populi), enquanto Geddel ficou com 13% (Datafolha) ou 10% (Vox Populi). De nada adiantará a ambos se houver uma inversão de posição – Geddel crescendo para 23% e Souto caindo para 13%, por exemplo.
Portanto, para Souto e Geddel, a campanha se transforma num cuidadoso jogo, no qual é preciso atacar sem desguarnecer a retaguarda e também é fundamental atingir o alvo de forma objetiva. Assim, eles terão que trabalhar em dus frentes: o enfraquecimento do governador e o convencimento da parcela que ainda está indecisa ou indefinida (14% segundo o Datafolha e 19%, de acordo com o Vox Populi).
Para Geddel, fica a tarefa mais difícil: lutar para crescer e ultrapassar Paulo Souto, aproximando-se de Wagner, enquanto, ao mesmo tempo, torce e reza para que o democrata fique no patamar dos 20%, garantindo a realização do segundo turno. Quanto a Souto, a luta é para uma interrupção da queda nos seus índices e a torcida é para que o candidato do PMDB consiga sair das proximidades dos 10% e cresça, mas não o suficiente para ultrapassá-lo.
Estas serão as metas que estarão por trás de todos os discursos, todos os ataques e todas as defesas nesta campanha, especialmente a partir de 17 de agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito.
Análise do comentarista Paixão Barbosa – A TARDE ONLINE
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