COMENTÁRIO: PARA ENTENDER A SUCESSÃO

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Por: Samuel Celestino

As repetidas pesquisas de opinião pública sobre as sucessões presidencial e ao governo da Bahia ofereceram como resposta ao período pré-campanha na televisão e rádio, da Justiça Eleitoral, duas constatações claras, o que nada significa de definitivo: 1- 0 governador Jaques Wagner seria reeleito, mantendo uma posição que o levaria a ganhar em primeiro turno. Posição praticamente imutável, com pequenas variações na casa dos 40% a 46%, como observado na pesquisa do Ibope ontem divulgada; 2- A competição presidencial continua ancorada em percentuais há um mês e meio imutáveis. Favorece levemente à candidata Dilma Rousseff, mas nada define. Pelo contrário, o cenário está aberto. No primeiro caso, chamam atenção as últimas pesquisas do Ibope (principalmente) que captaram um processo de declínio acentuado da candidatura do presidente do DEM, Paulo Souto (no Ibope de agora, 19%). De outro modo, é curioso e, de certo modo estranho (o que não significa suspeição) a quase imutabilidade dos números de Geddel Vieira Lima, em torno de 10% (na de ontem 11%) no que pese o seu trabalho de campanha no interior baiano e larga presença na mídia. Geddel é um político que sabe gerar fatos e, dessa forma, supre jornalistas e mídias com informações.  Em conseqüência desse quadro, a expectativa sobre o horário eleitoral é grande. A vantagem do governador é  robusta e desse modo chegará ao horário eleitoral, onde tudo se decidirá. Seus adversários lembram 2006, (e eu também) quando Wagner surpreendeu o Brasil e virou de maneira magnífica o processo, derrubando o carlismo do seu longevo reino ou mando por décadas a fio na Bahia. A ele foi concedida a tarefa de derrubar e desarticular uma oligarquia que muito pesava em arrogância e prepotência (que, aliás, rondam políticos mesmo democratas, como observei recentemente). Já no segundo caso, a competição pela Presidência, a primeira pergunta que me chega é se Dilma bateu no teto, se chegou ao fim a capacidade de transferência de votos de Lula. A campanha de Serra está, a olhos vistos, desarticulada em diversos Estados, inclusive na Bahia. Ele poderá reorganizá-la? O que acontecerá no horário eleitoral? Dilma provou, no debate da Band, que é mesmo fraca para expor: claudica, gagueja, mistura fatos, não dá sequência ao pensamento, tenta atingir Serra, que é hábil, com o governo FHC, berço da gestão petista, e não conclui pensamentos. Marina da Silva crescerá? Surgiu, afinal, um fato novo na corrida presidencial. Chama-se Plínio de Arruda Sampaio, um intelectual militante da esquerda brasileira, embasado e inteligente. Ex-petista, dissentiu do partido juntamente com inúmeros intelectuais, na guindada do PT para se imiscuir no mesmo saco de farinha aonde está a geléia geral dos partidos políticos brasileiros. Plínio deu um show no debate da Band. Pena não ter tempo para expor as suas idéias na TV. Mas vai pontuar e por pouco que consiga, o seu santuário de votos deve ser os petistas que não se conformam com a mudança que se observou no partido, com mensalão e outros pecados que tais. Enfim, a campanha espera pela propaganda eletrônica. O quadro do momento, no meu entendimento, é este relatado. 

Fonte:  Bahia Noticias

 

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