No apagar das luzes do seu quinto mandato consecutivo como deputado federal, José Carlos Aleluia (DEM), que agora tenta eleger-se senador na chapa de Paulo Souto, apresentou na Câmara dos Deputados o projeto de lei ‘Justa causa’, que pretende punir o político que ‘descumprir no exercício do mandato o que foi prometido em campanha eleitoral. Em suma, a cassação do mandato para quem promete e não cumpre.
A proposta, no atual cenário político brasileiro, soa tão inusitada quanto dissonante.
Seria uma revolução pela caneta. Se fizerem uma pesquisa no Brasil colocando a questão única ’você acha que político mente?‘, muito provavelmente teríamos a primeira unanimidade sabida (o sim, claro).
Admitindo-se que tal projeto tenha chances de chegar aos finalmentes, a representação política hoje conhecida, de cabo a rabo, estaria fadada a ser riscada do mapa. E Aleluia afirma que a ideia é essa: – É para acabar mesmo. Ninguém acredita em político. Tenho andado por aí e vejo.
E há chance de um projeto desse passar? – Foi assim que o ficha limpa começou, ninguém acreditava. E está aí.
O problema é que o próprio projeto corre o risco de também ser identificado como mais uma dessas promessas de campanha.
O senso vai no rumo do dito que Teófilo Sena, filósofo de esquina lá de Valença (recémfalecido), expressou: Todo político promete como sem falta e falta como sem dúvida.
E mudar isso só com uma hecatombe.
Coluna Tempo Presente de Levi Vasconcelos – Jornal ATARDE
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