O resultado da pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada neste sábado, é mais um banho de água gelada na campanha do tucano José Serra à presidência da República. Depois de ver frustrado o plano de chegar ao início do Horário Eleitoral Gratuito no máximo em situação de empate técnico com Dilma Rousseff (PT) – embora sonhasse estar à frente das pesquisas a esta altura – o comando da oposição entra na fase crucial da campanha eleitoral comendo uma poeira tremenda e vendo a adversária distanciar-se de forma acelerada.
De acordo com o Datafolha, Dilma Rousseff alcançou 47% das intenções de voto, contra somente 30% de Serra, enquanto Marina Silva (PV) parece mesmo empacada na casa de um dígito, com 9%. Dos demais candidatos, nenhum obteve 1% das intenções de voto, brancos e nulos totalizam 4% e os que não sabem, 8%. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos e, assim, Dilma pode ter entre 49% e 45%, Serra, entre 32% e 28%, e Marina, entre 11% e 7%.
Mais grave ainda para as pretensões dos tucanos é que esta é a primeira pesquisa divulgada depois do início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, mostrando que as aparições do candidato no horário nobre não teve nenhuma influência positiva nesses primeiros dias (o horário gratuito começou no dia 17). Em relação à pesquisa anterior do Datafolha, divulgada na semana passada (dia 13), o quadro mostra um grande crescimento de Dilma (tinha 41%), queda de Serra (tinha 33%) e estabilidade de Marina (tinha 10%).
Dilma também cresceu quando a projeção envolveu o segundo turno eleitoral (que, hoje, parece um sonho distante do tucano), obtendo 53% (contra 49% na pesquisa anterior) ficando Serra com 39% (contra 41 antes).
Acredito que foi sob o peso dessa diferença nas intenções de votos (as equipes fazem pesquisas para consumo interno todas as semanas) que o comando do marketing da campanha de José Serra decidiu apelar colocando a imagem de Lula de forma positiva em sua propaganda (pelo que eu me lembre é um fato inédito em campanhas eleitorais no Brasil), admitindo publicamente o peso que o presidente da República tem como cabo eleitoral.
A continuar este ritmo de galope na posição de Dilma, é muito provável que os tucanos tentem usar outras armas do mesmo estilo nestes pouco mais de 40 dias que faltam para as eleições.
Análise do comentarista Paixão Barbosa – ATARDE ONLINE
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