“Souto me desejava na chapa, Geddel me desejava na chapa e Wagner me procurou”.

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Continuação da entrevista do senador César Borges ao Politica Hoje

Por Isabel Martinez e Camila Vieira

Política Hoje: Senador, voltando às pesquisas. O senhor está em primeiro lugar, o que o senhor afirmou que é fruto do seu trabalho que vem sendo realizado no Senado… Uma afirmação do candidato a vice na chapa do governador Jaques Wagner, Otto Alencar, de que o “suposto capital eleitoral” do senhor, que o senhor precisa ser “empurrado” pelo candidato ao governo Geddel Vieira Lima. O que o senhor tem a dizer sobre essas declarações de Otto?

Borges: Olha, eu não tenho que comentar o Otto Alencar, acho que Geddel resumiu numa frase: “Eu não discuto com quem não é candidato”. Eu pergunto a você, me ajude a raciocinar, ele disse que eu preciso de Geddel para me empurrar eleitoralmente. O que acha em relação às pesquisas, como é que está aí?

Política Hoje: Estou falando que o senhor ia apoiar Wagner e acabou indo para Geddel… o que o senhor acha da declaração?

Borges: Eu vou comentar. Agora, eu queria desenvolver com você porque não é meu propósito baixar nível de campanha e ficar com discussões estéreis que não levam absolutamente a nada. A minha proposição é que seja uma campanha de alto nível… O Otto Alencar, mesmo, não é candidato a nada porque ele não disputa votos. Candidato a vice é para ajudar lá o governador… Eu posso discutir com os candidatos ao Senado ou a governador, mas a vice?! Agora, vamos raciocinar, para desmistificar logo essa afirmativa que você falou. Quanto eu tenho na pesquisa?

Política Hoje: 34% e Geddel, 13%… (Dados da pesquisa Datafolha divulgada no dia 26 de julho)

Borges: É uma premissa totalmente equivocada. A questão de eu ter ficado com Geddel eu já dei “n” declarações. O que aconteceu é que pelo meu desempenho no Senado, pela minha avaliação positiva, todos os pré-candidatos me queriam na sua chapa. Só quem não me fez proposta foi Bassuma, que não me procurou para fazer parte da chapa dele. Mas o Paulo Souto me desejava na chapa, o Geddel me desejava na chapa e o Wagner me procurou, ele tentou me levar para a chapa dele, ele fez o esforço, ele fez um esforço grande. Entretanto, era uma conversa política e essa conversa não avançou. Eu não tinha nenhum relacionamento político com Jaques Wagner até ele tentar, através de amigos comuns, manter um canal de diálogo comigo. Eu me neguei a ligar, eu disse: “eu não vou ligar para o governador porque eu não tenho nada a conversar com ele sobre política”. O governador também não me ligou. Mas amigos comuns fizeram um encontro entre eu (sic) e o governador. O governador disse: “Olha, eu tenho interesse que você possa vir para a minha chapa, você acha isso possível?”. Eu disse: “Eu acho difícil”. Agora, na vida política não existe nada impossível, conversa-se. O governador conversou numa linha. Qual era a linha que ele conversou inicialmente? Que concorreria numa chapa onde o Otto Alencar fosse candidato ao Senado e eu seria candidato ao Senado e Lídice seria candidata a vice. Foi a primeira conversa que o governador teve comigo. Agora, todo mundo sabe que não se vaza essas conversas, terminou vazando e o Otto ou o governador não se dispôs e a conversa mudou. A conversa do governador já dizia que o Otto iria para vice, ou porque Otto não queria disputar voto, ou porque o governador tinha o raciocínio de que contemplaria as esquerdas com a candidatura de Lídice, já que eu e Otto não somos originários das esquerdas, somos originários do grupo carlistas. Aí, para mim, já foi uma mudança de início de conversa. Porque sempre, qualquer um que seja o Geddel que foi convidado a ser candidato a senador na chapa do governador, seja César Borges, ou seja a própria Lídice, tinha receio de que houvesse o que – é uma palavra antiga, de Cristiano Machado -, uma cristianização do candidato que não fosse de esquerda. O que significa isso? “Vamos apoiar o outro e deixa aquele que não é originário das hostes petistas a ver navios”. Então, o primeiro assunto foi esse. O segundo é que não dava coligação, eu disse: “olha, tem que ter coligação, eu sou presidente de um partido. Tenho uma bancada de seis deputado estaduais e quatro deputados federais. Eu quero, pelo menos, manter ou ampliar essa bancada. Preciso de uma coligação com um partido forte, eu preciso da coligação”. O PT dizia: “Olha, nós não coligamos, nós não faremos coligação com o PR”. Eu não falava por mim, eu falava pelos meus companheiros. Eu dizia assim: “Olha, que tipo de aliança é essa?” É porque o César Borges tem um capital político, está bem posicionado que somaria para ele e desfalcaria para outras candidaturas, sem sombra de dúvidas. Aí, não houve acordo, o acordo não prosperou, apesar de que o governador botou o carro diante dos bois…

Continua na proxima edição

 

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