Disputa pelo Senado eleva temperatura no estado

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Por: Rômulo Faro

A dezessete dias das eleições, o cenário político baiano incendeia. Desta vez, as chamas subiram alto por conta dos postulantes ao Senado Federal. O candidato democrata José Carlos Aleluia voltou a mirar sua metralhadora para o candidato a vice do governador petista Jaques Wagner (que tenta a reeleição), Otto Alencar (PP).

Aleluia questionou a adversária Lídice da Mata (PSB), que concorre pela chapa petista, sobre a trajetória política de Otto, fundamentada na ideologia do extinto “carlismo”. “Você não se sente constrangida por fazer chapa com o mais subalterno dos carlistas, que recebe aposentadoria integral de R$ 25 mil como conselheiro do TCM por cinco anos de trabalho?”, questionou Aleluia.

Lídice não perdeu tempo e recomendou que Aleluia fosse resolver o problema que tem com Otto Alencar, “porque em todos os debates, em lugar de apresentar suas propostas, ocupa o tempo para atacá-lo”.

A candidata disse ainda que Otto veio para o projeto capitaneado pelo governador Jaques Wagner porque entendeu que o anterior, a que Aleluia ainda pertence, “não atende aos interesses da Bahia”. “O senhor deve procurar resolver esse seu problema com Otto Alencar, isso já está virando obsessão”, aconselhou a deputada.

A Lídice, Aleluia respondeu que “não tenho nenhum problema pessoal com Otto Alencar. Tenho problema com a aposentadoria dele que é uma vergonha e uma afronta aos aposentados brasileiros. A aposentadoria de Otto é imoral”, disse o candidato do DEM.

Sem deixar por menos, Otto Alencar lançou um desafio a Aleluia.
“Se ele provar que recebo integral, eu renuncio a minha candidatura, se não provar, ele renuncia à dele”, propôs o progressista, acrescentando que põe em jogo uma “candidatura vitoriosa” contra uma “derrotada”. Alencar defende veementemente que sua aposentadoria é proporcional ao tempo em que serviu no órgão. “Tenho 35 anos de serviço público, desde o exército, a pronto-socorro e na universidade”, salienta.

Sobre sua ida para a chapa de Wagner e sua relação com o “carlismo”, Otto também rechaçou as declarações do adversário.

“Tive coragem para não ser subalterno a quem quer que seja e, talvez por isso, não pude depois ser candidato a governador ou senador”.

Otto partiu para o ataque e disse que “ele (Aleluia) passou o tempo todo no PFL brigando com Antonio Carlos e agora, para ser senador, põe o filho suplente”, provocou.

Em contato com a Tribuna da Bahia, o candidato José Carlos Aleluia respondeu ao desafio de Otto. “Quem está sendo acusado de paternidade é ele. Ele é que tem que fazer o exame de DNA. Mande ele mostrar os dois contracheques dele, o de deputado e o de conselheiro”, provocou. O democrata voltou a dizer que a aposentadoria de Otto é “imoral”.

“Como alguém trabalha cinco anos e recebe aposentadoria em valor integral?”, indagou, complementando que “se ele renunciasse, faria muito bem à chapa de Wagner. Se ele mostrasse seu contracheque, a Bahia ficaria arrepiada”. (RF)

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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