Queda no feijão

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Nesta época do ano, a Bahia é a principal fornecedora de feijão do país. Na safra que está sendo colhida agora, a chuva provocou uma quebra de 45%.

Nesta época do ano, a Bahia é a principal fornecedora de feijão do país. Na safra que está sendo colhida agora, a chuva provocou uma quebra de 45%.

Euclides da Cunha, no meio do sertão baiano, tem 64 mil habitantes. Metade da população vive no campo e muitos são descendentes das famílias que lutaram na Guerra de Canudos. O município, que fica a 315 quilômetros de Salvador, conquistou um título que tem dado orgulho aos moradores. Há quase dez anos, a cidade é considerada o maior produtor de feijão do Norte e Nordeste, com 45 mil hectares cultivados.

A expectativa para a safra deste ano era animadora, mas os produtores não contavam com trovoadas em agosto e setembro. Em apenas uma semana choveu 70 milímetros, sendo que o esperado era 20 milímetros.

Surpreendidos pela chuva, produtores como Eujácio Abreu, que já tinham colhido parte da lavoura, não tiveram tempo de retirar o feijão da roça. “A gente estava praticamente com a safra ganha, só faltava colher e tirar de dentro da roça pra armazenar. Só que veio a chuva e não teve tempo”, diz.

Nas áreas onde a chuva foi menos intensa, não falta trabalho na colheita. É tanta gente trabalhando que, em algumas propriedades, há dificuldade para encontrar mão de obra para a colheita. O jeito é contratar trabalhadores de outras regiões do estado.

O trabalhador rural Silvoneto Pereira deixou mulher e filhos para trás. Viajou mais de 400 quilômetros de Irecê até Euclides da Cunha para juntar dinheiro trabalhando na colheita do feijão. “Eu estava desempregado, daí surgiu essa oportunidade aqui da safra do feijão. Tem que aproveitar”.

Na tentativa de diminuir o prejuízo, os pequenos produtores estão beneficiando o feijão em uma usina de cereais. Os grãos são separados por tamanho e qualidade.

João José Macedo colheu 80 sacas, mas apenas 35 alcançaram valor de mercado. Cada saca vai ser vendida entre R$ 100 e R$ 110. “Ele vai ser empacotado, vai até o supermercado e até os grandes centros de cidades do nosso país. Este daqui é só para consumo animal. Não tem outra utilidade”, revela.

O feijão foi o produto que teve a maior alta nos últimos três meses, subiu 72%. O frango, 34%; algodão, 33%; milho, 32%; o trigo, 21% e a soja, 17%.

Fonte: www.globo.com/globorural

 

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