Os números, sempre confusos, das pesquisas

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Análise do Comentarista Paixão Barbosa- ATARDE ONLINE

Como contribuição ao processo de conscientização quanto ao peso relativo das pesquisas de opinião, já tinha me feito a promessa de não mais comentar os números divulgados pelos diversos institutos, deixando para que os leitores fizessem suas próprias análises. Além do fato de tornar-se cansativo e repetitivo falar de cada resultado anunciado, uma vez que são tantos a cada semana.

Mas terminei sendo obrigado a voltar ao assunto – até porque, em se tratando de eleição presidencial, só existe a mais a costumeira troca de acusações de cada candidatos, que parecem estar numa gincana para ver quem desmente mais o adversário ou quem faz a acusação de corrupção mais contundente – pela disparidade anotada entre os três institutos que já divulgaram, esta semana, os seus números mais recentes. Ainda falta (ufa) o Datafolha, que deve divulgar no final de semana.

Enquanto o Vox Populi e o Ibope apontaram um crescimento da candidata Dilma Rousseff, em relação à semana anterior, com um patamar entre 11 e 12% de intenções de votos superior a José Serra, o Instituto Sensus saiu com um resultado de apenas 5 pontos de diferença em favor da petista, configurando um empate técnico. Como sempre é dito, não é correto comparar resultados de institutos diferentes, porque pode haver divergências em razão da metodologia usada.

Mas não é um pouco demais tanta diferença? Ainda mais quando se sabe que, no primeiro turno, o Vox Populi e o Sensus sempre andaram com seus números muito próximos entre si, enquanto Ibope e Datafolha mostravam resultados diferentes? Lembram-se da gritaria de cada lado, com os petistas defendendo ardorosamente os números do Vox Populi e do Sensus enquanto os tucanos diziam que bons mesmos eram os outros dois?

No final, viu-se que o eleitorado, a quem cabe a palavra final, driblou a todos, desmoralizando as previsões e os seus profetas. Montenegro, presidente do Ibope, chegou a ser desmentido duas vezes: a primeira quando disse, ainda antes da campanha, que Serra ganharia a eleição facilmente, e, depois, quando assegurou que Dilma estava eleita já no primeiro turno.

Portanto, caros amigos, vamos ficar mesmo com nossas convicções e deixar de apostar nos institutos de pesquisa. Cujos números até podem servir para alimentar os debates nas mesas dos bares, mas já mostraram que não merecem tanta confiança.

 

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