Análise do comentarista Paixão Barbosa- ATARDE ONLINE
Esta campanha eleitoral apenas reforçou, para mim, a importância da tão cobrada e sempre adiada reforma política no Brasil. As distorções provocadas pelo sistema proporcional adotado no Brasil, permitindo absurdos como os “caroneiros” que se elegeram à custa do palhaço Tiririca (como outros que, em anos anteriores, se elegeram à custa do folclórico Enéas Carneiro), a fragilidade completa dos partidos políticos, transformados em fichas no grande cassino eleitoral, a briga de foice deste segundo turno da eleição presidencial, tudo isto tem a ver com o sistema eleitoral brasileiro.
Várias tentativas já foram feitas para uma reforma política de verdade, mas todas elas terminaram sendo “adaptadas” para pequenas maquiagens, de modo a mudar sem mudar, mantendo intocada a base do sistema, que permite o deslavado agenciamento de votos e de cabos eleitorais nas campanhas. Não é de estranhar que isto aconteça, uma vez que a maioria dos integrantes do Congresso Nacional – e das asssembleias legislativas e câmaras municipais – é eleita com esquemas montados a partir das falhas e brechas que o atual sistema deixa e até estimula.
O resultado é que, vença quem vencer no próximo dia 31, continuaremos ainda por um longo tempo a cobrar a implementação desta reforma, tão necessária para a moralização do processo político-eleitoral brasileiro. Durante esta campanha, cheguei a ouvir algumas novas promessas de deflagação imediata da reforma política mas não tenho dúvidas de que o ardor com que elas foram feitas irá ficando mais morno à medida que se distancia o período eleitoral, até que caia no esquecimento.
Em 2014, as promessas deverão retornar.
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