Operação desmonta esquema ilícito em 21 cidades baianas

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FRAUDE- Desvio de verbas foi estimado, preliminarmente, em R$ 60 milhões, mas rombo pode chegar a R$ 300 milhões

Por: Marcelo Brandão e George Brito- ATARDE ONLINE

Um esquema de fraude em licitações e superfaturamento na compra de merenda escolar, remédios e na realização de obras públicas em 21 cidades baianas foi desbaratado numa megaoperação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria Geral da União (CGU). O desvio de verbas foi estimado, preliminarmente, em R$ 60 milhões, mas pode chegar à R$ 300 milhões.

Um efetivo de 500 agentes prenderam 40 pessoas, dentre elas sete prefeitos, além de servidores públicos, empresários e outros suspeitos, durante o dia de ontem. Os federais também cumpriram 82 mandados de busca e apreensão para coletar provas.

As 21 prefeituras, residências dos investigados e sedes de empresas tiveram documentos e computadores apreendidos.

Segundo as investigações, o esquema era comandado pelo empresário Edison dos Santos Cruz, conhecido no interior como Pé de Pato.

A operação, batizada de Carcará, foi deflagrada por volta das 6h de ontem, por 450 policiais federais e 50 servidores da Controladoria Geral da União. Agentes da PF e da CGU cumpriram mandados de prisões e de busca e apreensão, simultaneamente, nas 21 cidades. Os prefeitos de Aratuípe, Cafarnaum, Itatim, Utinga e Santa Terezinha foram presos em casa. Já os governantes municipais de Lençóis e Elísio Medrado foram capturados em Brasília e transferidos para Salvador.

Outros oito acusados não tinham sido localizados até o fechamento desta edição.

Os prefeitos presos e os outros investigados foram levados para sede da Polícia Federal, em Água de Meninos, onde chegaram algemados, sem falar com a imprensa.Em seguida, todos foram submetidos a interrogatórios. Dezenas de advogados e parentes dos presos se aglomeravam no prédio da PF.

Investigação
A investigação foi iniciada há cerca de um ano, depois que uma denúncia contra a prefeita de Itatim foi feita ao Departamento de Inteligência Policial da PF, situado em Brasília.

Os delegados federais Cristiano Sampaio e Aline Marchesini, da Superintendência Regional da Polícia Federal da Bahia, foram designados para coordenar os trabalhos, em conjunto com Antônio Veiga Argolo, chefe da CGU na Bahia.

Auditores da CGU detectaram diversas fraudes nos contratos de Itatim. Os policiais federais solicitaram à Justiça quebra de sigilo telefônico dos suspeitos. As escutas telefônicas descobriram que o esquema era muito maior e que estava ocorrendo em pelo menos outras 20 cidades do Estado. Os fiscais da Contoladoria Geral da União passaram a inspecionar contratos dos outros municípios e também descobriram indícios das fraudes.

Policiais federais realizaram gravações telefônicas, com autorização judicial, e flagraram membros das quadrilhas tratando as fraudes com prefeitos e servidores públicos dos municípios, como pregoeiros e membros da comissão de licitações das prefeituras envolvidas.

 

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