Reforma não. Ensaia-se mais uma maquiagem

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Não sei se a reforma política que tanto se fala, tantos defendem, mas nunca se concretiza, será capaz de dar aos nossos (lá deles) partidos políticos cores, ideologias e, principalmente, quadros comprometidos com as suas bandeiras e seus princípios. Porém, mesmo correndo o o risco de ser repetitivo, esta é uma proposta que classifico de fundamental para que o Brasil possa ter um sistema político-eleitoral livre dos vícios e das aberrações tão comuns atualmente.

Faço esta defesa, mas não pensem que sou otimista quanto ao futuro nesta seara em particular. Simplesmente porque não consigo  enxergar figuras como José Sarney, Fernando Collor de Mello, Renan Calheiros, para citar somente três “lideranças” do Senado Federal, apresentando ou mesmo votando em uma proposta que acabe completamente com o modelo atual, que transformou as legendas partidárias em aglomerados fisiológicos e que faz dos eleitores pura massa de manobra, a serem lembrados e cultuados somente nas campanhas eleitorais. Depois da eleição, “que se lixe a opinião pública”, como bradou um deputado do Rio Grande do Sul (reeleito em 2010).

Mais desconfiado fiquei ainda quando vi a pressa com que o presidente do Senado, José Sarney, assumiu a linha de frente para propor um projeto de reforma política e criar uma comissão que trabalhe no assunto. Para mim, o tema da reforma só voltou à pauta pelo “fator Tiririca”. Explico: o fato de o palhaço nordestino, analfabeto, ter sido o mais votado do País parece ter sido demais para o gosto das velhas raposas do Congresso, interessadas em manter o circo com uma aparência mais séria, sem deboche escancarado.

Portanto, acredito que, no máximo, veremos mais uma proposta de maquiagem, talvez com um modelo que substitua o queimado sistema proporcional, mas sem nada mais profundo que isto.

E aposto que continuaremos a ver absurdos como o que está acontecendo agora com o PSB, sigla criada por figuras como o baiano João Mangabeira, que sonharam implantar no País uma alternativa à proposta comunista sem abrir mão dos ideais e princípios socialistas. O que se vê é uma briga de foice de pessoas interessadas em ingressar na legenda apenas para ficar mais próximas do governo e se beneficiar do crescimento que ela conseguiu na eleição de 2010.

Justamente pelo fisiologismo e o desejo de proximidade com o poder é que os partidos que os eleitores colocaram na oposição estão minguando tanto, correndo o risco de termos no País um quadro absurdo de um governo sem oposição (ou quase sem).

Análise do Comentarista Paixão Barbosa- ATARDE ON LINE

 

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