Por: Paixão Barbosa – comentarista da ATARDE
Primeiro foi a dispersão do grupo que ele comandou durante tanto tanto e que, justamente por isto, foi chamado de “carlista”. Agora, parece que a dispersão atinge em cheio a própria família do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, o ACM, mostrando que ele era mesmo o único ponto em comum que reunia tantas lideranças ao seu redor.
Refiro-me à briga feia que estão travando desde a campanha eleitoral de 2010 os deputados federais Paulo Magalhães e Antonio Carlos Magalhães Neto, com o primeiro acusando o primo segundo (ele é filho de um irmão de ACM e, portanto, primo de ACM Jr, que é pai de ACM Neto – desculpem tantas siglas) de invasão aos seus redutos eleitorais, o que quase lhe teria custado o mandato, renovado a duras penas e por diferença de poucos votos para o primeiro suplente.
Interessado em se aproximar do governo, o que o afastará do primo, além de lhe permitir voltar a fazer política do jeito que se sente mais confortável – usando as benesses do poder, Paulo Magalhães está na fila para ingressar na legenda que está sendo criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ainda no DEM) e que será comandada na Bahia pelo vice-governador Otto Alencar (ainda no PP). E já está sendo escalado como futuro integrante do PDB.
Sua posição fez ACM Neto reagir, dizendo que nunca tomou votos do primo e que, pelo contrário, até ajudou na sua eleição, o que deixou Paulo Magalhães ainda mais irritado. E, em declaração publicada nesta terça-feira, ele bateu duro: “ACM Neto não pode reagir a nada, porque tem sido notoriamente desleal e mentiroso. Fui enganado e traído por ele. Eu e tantos outros deputados. Agora ele se arvora a dono dos votos de Paripiranga, município este que vota em mim há cinco eleições. Veja quanta pretensão”. Com tais palavras, não há dúvidas quanto ao declarado rompimento.
Agora, um pouco de história: nos seus dois primeiros mandatos como governador, ACM nunca deu muito espaço para o sobrinho Paulo Magalhães e este só conseguiu se aproximar quando, já como deputado federal (elegeu-se pela primeira vez em 1990), passou a integrar a “tropa de choque” do grupo carlista, graças ao estilo agressivo com que saiu em defesa de algumas posições do chefe. Mas a provisória simpatia nunca virou amor, como se vê agora pelo desfecho das relações políticas familiares.
Transcrito do Jornal a ATARDE
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