O senador Romero Jucá (PMDB-RR) defende o “distritão” como sistema eleitoral a ser adotado no país, argumentando que a sociedade brasileira não consegue aceitar as regras atuais, que levam à eleição de um candidato com poucos votos, em detrimento de outros, mais votados. Ele rebate as críticas de que o “distritão” vai enfraquecer os partidos.
– O que vai mudar é a contabilização dos eleitos: ao invés de se eleger pessoas com menos votos do que outras, serão eleitos os que forem mais votados. Essa é uma leitura que a população entende: quem teve mais voto deve se eleger. E vai acabar aquela história de um candidato puxar dois ou três candidatos que não têm voto, como aconteceu com o caso do Tiririca, em São Paulo.
Para ele, os partidos serão fortalecidos com o fim das coligações e cada agremiação terá de disputar o pleito “com os nomes que tiver”, sem a necessidade de atingir o coeficiente eleitoral.
– Defendo o ‘distritão’ porque entendo que é o aprimoramento do processo eleitoral para eleição de parlamentares no legislativo – diz o senador. Jucá discorda do seu colega de partido Pedro Simon (RS), para quem o “distritão” encarecerá as campanhas, uma vez que o candidato terá de buscar votos em todo o estado se quiser ficar entre os mais votados e assegurar uma vaga no Parlamento.
– Acho que vai baratear a eleição. Existem determinados parlamentares que trabalham determinadas regiões e vão poder continuar trabalhando determinadas regiões – opinou.
Ele também disse defender o financiamento público exclusivo por considerar que assim as campanhas ficariam mais baratas. Segundo Jucá, a medida coíbe o abuso do poder econômico, uma vez que dá condições para que todos disputem as eleições em igualdade.
O senador considera os trabalhos da Comissão de Reforma Política um processo inicial de debate no Senado. Ele afirma que, como líder do governo, não participa da comissão e entende que o governo não deve se envolver com discussões sobre mudanças na legislação eleitoral.
– O governo está acompanhando, vendo com bons olhos essa questão [a reforma política], entendendo que é importante fazer o ajuste da legislação política e eleitoral – finalizou.
Agência Senado
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