Alana Fraga l A TARDE
Após o anúncio da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) de reajuste de 13,64% nas contas de água a partir de 1º de maio, o consumidor já se prepara para mais um possível aumento muito acima da inflação. As contas de energia podem ficar até 11,96% mais caras a partir do dia 22.
Tanto na luz quanto na água, os reajustes são mais do que o dobro em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial e que fechou 2010 com alta de 5,91%. Os aumentos vão impactar o orçamento de 4,9 milhões de clientes da Coelba em todo o Estado e de outros 2,8 milhões usuários dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Embasa.
Nesta sexta-feira, 1º, a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) encaminhou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o pleito para o reajuste das tarifas para 2011, solicitando um aumento de 11,96%. O índice é usado como referência para análise da área técnica da Agência, que define, posteriormente, em reunião pública da diretoria, os percentuais a serem aplicados.
De acordo com nota encaminhada pela assessoria de comunicação da Coelba, o cálculo do reajuste pela Aneel é previsto no contrato de concessão e considera a variação do índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), que nos últimos 12 meses sofreu uma variação de cerca de 11%.
Além da inflação, a Aneel considera ainda para o cálculo a variação de custos considerados não gerenciados pela Coelba, referentes à compra e transmissão de energia e aos encargos setoriais, a exemplo da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC), que teve uma alta de 22% em 2010.
Dobro – O índice pleiteado pela empresa de energia é também quase o dobro do reajuste do ano passado, que foi de 5,52%. Em 2009, o aumento determinado pela Aneel foi de 6,03% e em 2008 o reajuste foi negativo em 11,78%. Se o índice pleiteado este ano for aprovado, numa casa em que os gastos com as contas de água eram de R$ 50 e mais R$ 50 de energia, deve-se desembolsar cerca de R$ 13 a mais por mês.
Para a presidente da Associação das Donas de Casa, Selma Magnavita, os aumentos nas duas principais contas das residências são considerados penosos para as despesas familiares. “Esses índices interferem muito porque, além de serem superior à inflação, representam uma alta ainda maior em decorrência dos impostos que estão embutidos nesses serviços”.
Segundo ela, os consumidores de todo o País ainda exigem da Aneel o ressarcimento dos R$ 8 bilhões, que foi a diferença pelo erro na metodologia de cálculo dos reajustes da energia de 2002 a 2009.
No início do ano passado, mais de 100 mil consumidores baianos reclamaram de um aumento excessivo nas contas de luz nos meses que se seguiam. Houve casos de consumidores com aumento de mais de 2.000% nas contas de energia sem nenhuma justificativa que comprovasse tais elevações.
Fonte: Jornal ATARDE
Leave a Reply