Um País sem oposição

, , Leave a comment

Por: Paixão Barbosa- ATARDE On Line

Vejam bem a que situação chegamos: cresceu tanto o poder de atração do governo brasileiro e a oposição tem estado tão perplexa com isto e muitos oposicionistas parecem  mais interessados em saber como podem pular para debaixo do guarda-chuva do poder do que em cumprir o papel destinado a eles pelas urnas, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se sentiu na obrigação de escrever um longo artigo (que será publicado numa revista chamada “Interesse Nacional”) alertando como os derrotados de 2010 devem se comportar.

Com o título, O Papel da Oposição, o artigo teve seu conteúdo antecipado pelo jornalista Ricardo Noblat, em seu prestigiado blog (“Blog do Noblat”), que o publicou na íntegra. Selecionei apenas um trecho, que achei muito ilustrativo da atual situação no relacionamento governo e oposição no Brasil. Os interessados em ler o artigo na íntegra, podem acessá-lo clicando aqui.

Vejam a justificativa do ex-presidente para a produção do artigo: 

Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”. E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção?”

Asseguro que, mesmo aqueles que não gostam de FHC dificilmente poderão discordar, especialmente depois que aquele que pretende assumir o papel de principal liderança nacional da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pronunciou o seu primeiro discurso naquela condição o fez de forma tão chocha e com tantos cuidados em não atingir “sensibilidades” que foi elogiado e aplaudido até pelos governistas mais radicais.

 

Leave a Reply