Por: Levi Vasconcelos – Jornalista
Que é impressionante alguém em quatro anos conseguir multiplicar o seu patrimônio em 20 vezes é indiscutível. Ainda mais para quem não acertou na loteria, não recebeu herança de nenhum parente milionário, era deputado federal no período do crescimento, quando saltou de aproximadamente de R$ 300 mil para quase 6 milhões.
Também se sabe que patrimônio da grande maioria dos detentores de mandatos sempre cresce, o que sugere a máxima política dá. ACM neto, por exemplo, em 2006 tinha R$ 820 mil e em 2010 está em R$ 2,5 milhões. Jaques Wagner, no mesmo período, saltou de R$ 690 mil para pouco mais de R$ 1 milhão.
A bem da verdade, nos dois exemplos citados, tanto Neto quanto Wagner (e outros não abordados, mas aqui não citados) se dispõem, com jornalistas ou quem quer que seja, a explicar tintim por tintim de onde tiraram o dinheiro do acréscimo.
A questão: por que Palocci foge disso? Por que não quer explicar como e de quem ganhou o dinheiro? Se ele é o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência e está acima de qualquer suspeita, como se diz, perde uma boa oportunidade de dar a nação uma lição de transparência e ganha a pecha de suspeitíssimo (no mínimo, tráfico de influência).
Curiosa foi à defesa que José Sarney, presidente do senado, fez dele:
-É um problema particular
Dá para achar outra coisa?
Publicado na coluna TEMPO PRESENTE – Jornal ATARDE- edição de 20/05/2011
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