Por: Samuel Celestino
O PSD, possível futuro partido (ainda há muita burocracia a contornar, inclusive colher mais 490 mil assinaturas em quatro Estados), está na corda bamba e nasce com a marca das legendas já existentes: sob suspeição e envolvido nas sombras das muitas dúvidas.
Dentre suas principais lideranças, conta, na Bahia, com o vice-governador Otto Alencar. Aconselha-se cuidado ao político. Porque o caminho da legenda é espinhoso, além de insosso. O PSD não sabe bem que formato terá e o que pretende além de ser mais um na geléia geral.
Como não é nem carne nem peixe; não é de direita, nem de esquerda; muito menos de centro, conclui-se que o PSD simplesmente não existe. É, por ora, um amontoado de políticos descontentes com as suas legendas ou que estão a procura de novos caminhos. É um fantasma destinado a vagar como eterno apoiador de governos, sem posição dogmática definida. Enfim, nem Kassab sabe o que está criando. Provavelmente um Frankenstein. Ou um zumbi destinado (ou condenado) a transitar nos corredores do poder, qualquer que seja poder.
O PSD não vai acrescentar absolutamente nada à feira livre na qual os partidos brasileiros estão expostos, muitos com preços expostos em pequenas tabuletas, do tipo que aceita a pechincha. Sem preço fixo. Tudo dependerá das circunstâncias. Em fim de feira o preço fica mais barato.
O partido nasceu “crescendo”, porque os outros envelhecem caindo. Ou sobrevivendo tropegamente a partir dos espaços que conseguir ocupar na gestão pública, de sorte a ter acesso às arcas públicas, que os contribuintes enchem e os políticos as esvaziam. Nem todos, no entanto, pensam deste modo.
Descobriu-se, agora, que muitas das assinaturas (exigências para a criação de uma legenda) do PSD são fajutas. Há de tudo. Milhares delas assinadas por uma mesma pessoa e há quem jure que, no meio dos jamegões, encontraram-se as assinaturas do Marechal Deodoro da Fonseca, de Floriano Peixoto, de Cuíca de Santo Amaro, da Mulher de Roxo, e dos mosqueteiros de Alexandre Dumas, que são três, mas são quatro: Athos, Porthos, Aramis e D´Artagnan.
Este País está a virar um veículo reformado que não dispõe de marcha que impulsione a ética e a honestidade à frente, mas, com certeza, a ré funciona excepcionalmente bem.
CONSELHO DE LULA – Na reunião com a base aliada, quarta passada, o ex-presidente Lula – sem a presença da imprensa – ficou ainda mais à vontade que o de costume e soltou a língua. Causou ciúmes em muitos petistas baianos de alto coturno quando comentou sobre suas dificuldades com a língua portuguesa e os progressos alcançados com o tempo. Virou-se, então, para o deputado federal e líder dos sem terra, Valmir Assunção, e o estimulou: “é isso, Valmir, vai se preparando”.
Nem o próprio Valmir acredita que o conselho sugere que algum dia ele seja candidato a presidente. Mas uma coisa é certa: a julgar pelas movimentações do deputado, pode-se especular que suas pretensões futuras vão além da renovação do mandato, em 2014.
BRASIL INDIGNADO – Do leitor Jaime Moura Ferreira recebo e-mail sobre as abordagens que tenho feito nas últimas análises sobre a deterioração moral da vida publica brasileira, permeada por corrupção depravada. O leitor descora sobre os movimentos Diretas Já e Caras Pintadas, marcos da cidadania brasileira. Mas o faz tomando como parâmetro a época em que foram realizados. Diz:
“(…) Também, você se referiu aos dois movimentos que exaltaram a cidadania brasileira: “Diretas Já” e “Caras Pintadas”. Quanto aos verdadeiros objetivos republicanos desses movimentos tenho as minhas dúvidas e gostaria que você, como autoridade reconhecida no assunto, pudesse contrariar meus argumentos, que se seguem.
Àquela época, esses movimentos foram promovidos pelo “povo”, simpatizantes da chamada “esquerda”, ou seja, os seguidores de Lula, que posteriormente constituíram o PT (aí, uma correção minha: o PT foi criado antes) e os militantes do “MDB”, (o partido já tinha se transformado em PMDB) comandado por Ulisses Guimarães, esse sim, um incansável batalhador da cidadania. Também havia a participação da UNE, instituição estudantil, que bradava aos quatro ventos a defesa dos direitos e obrigações de um povo heróico e patriótico.
Ocorre que, neste momento, a maioria daquela massa humana, que promoveu aqueles movimentos da cidadania, pertence ao governo, apóia o governo ou recebe benesses do governo. Em resumo, todos têm o “rabo preso”. Se o verdadeiro povo brasileiro quiser sair do conformismo deverá abraçar um movimento que tenha origem nas entidades da sociedade organizada, como a OAB, ABI, Associações Comerciais, Federações das Indústrias, representações religiosas, artísticas, culturais e esportivas, com divulgação maciça da imprensa, cujos objetivos estarão voltados para o desenvolvimento social e econômico do País, para a implantação de uma sociedade mais justa e o cumprimento rigoroso da nossa Constituição. Forte abraço, Jaime de Moura Ferreira, consultor organizacional, professor universitário e Escritor.”
Fonte: Bahia Noticias
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