Agência Estado
Assim como o ministério de Dilma Rousseff – do qual já saíram Antonio Palocci, Alfredo Nascimento e Nelson Jobim, todos oriundos da administração anterior -, também o segundo escalão do governo passa por um processo de “deslulização”.
No final de fevereiro, dois meses após a posse de Dilma, o caráter continuísta do governo era evidenciado pela composição da elite dos cargos de confiança na Esplanada dos Ministérios. Nada menos que 70% dos cargos DAS 6 – reservados para secretários, diretores e assessores especiais – eram ocupados por funcionários herdados da gestão Lula.
Agora, o panorama é outro. Passados pouco mais de sete meses desde a mudança do governo, levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que a proporção de funcionários “herdados” caiu de 70% para 40%. A maioria dos 204 cargos da elite – os de remuneração mais alta – é agora ocupada por nomes novos, recém-chegados ao governo federal ou que estavam em outros cargos anteriormente.
Os números não são indicativo de ruptura, mas de um processo de renovação no seleto grupo encarregado de colocar em práticas as políticas públicas e tocar o dia a dia dos ministérios.
No início do governo, foi a própria presidente quem impôs um ritmo lento de mudanças no segundo escalão. Alguns ministros não conseguiram montar sua equipe da forma como queriam até receber sinal verde do Palácio do Planalto.
Em um primeiro momento, as nomeações foram brecadas por causa da votação do salário mínimo. O governo queria aprovar o valor de R$ 545, enquanto a oposição e as centrais sindicais pressionavam por cifras mais elevadas – o que elevaria os gastos públicos e comprometeria as metas fiscais de Dilma.
O segundo escalão entrou na barganha pela “fidelidade” dos partidos aliados – só quem seguisse a orientação do governo ganharia autonomia para preencher as vagas.
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