A incoerência na política

, , 3 comentários

Por: João de Tidinha

Li uma matéria de autoria do Carlos Chaparro, onde ele destaca que graças à tecnologia, hoje tudo se sabe, tudo se descobre, tudo se divulga. Segundo ele, “a transparência virou virtude inevitável”. Por isso, a coerência ou a falta dela na vida pública cada vez mais fica clara para os eleitores. Através das diversas fontes de informações o povo sabe identificar o político incoerente, aquele que promete e não cumpre, que critica seus opositores e age do mesmo modo e que sempre tem um discurso de conveniência. Este serão vistos pelos eleitores como oportunista e sem qualquer credibilidade.

Ouvi de um fiel eleitor do Deputado José Nunes (quase PSD) a afirmação de que agora o deputado é da base do Governo Wagner (PT) e que os petistas locais não teriam mais o que falar. Disse-me aquilo como se fosse um grande feito do deputado, atitude de extrema esperteza e sabedoria.

Isso me fez lembrar as eleições do ano passado, onde o Deputado e sua esposa, a prefeita Fátima Nunes (DEM), faziam campanha para o candidato ao Governo do Estado, Paulo Souto (DEM, antigo PFL) e para o José Serra (PSDB), então candidato a Presidente. Lembrei-me de um discurso gravado da prefeita criticando o Governo Jaques Wagner chamando-o de inerte, sem palavra, que só fazia prometer e não cumpria. Nesse discurso ela questionava: “Como é que se vota num governo para repetir os mesmos erros, um governo sem palavra? A gente não vê trabalho e ainda querem mais quatro anos?” No seu discurso, ela tentava desclassificar o Governador Jaques Wagner (PT) e enaltecer o grupo ao qual pertenceu por décadas (DEM).

Resultado, Jaques Wagner foi reeleito Governador para mais quatro anos e Dilma Rousseff foi eleita Presidente. Diante desse cenário, sem nenhuma cerimônia a prefeita Fátima Nunes e o deputado mudaram de lado e de discurso, aderindo a um projeto do qual nunca participaram e em nada contribuíram.

Sabemos que algumas pessoas usam a política exclusivamente como um meio para fazer negócios e obterem vantagens para si, seus amigos e familiares, sem se preocupar com o bem da coletividade. Se as condições não estão mais favoráveis, eles simplesmente mudam. Estes são chamados de vampiros da política, que sugam o sangue das suas vítimas até a última gota até encontrar outro pescoço novo e irrigado.

Como disse no início, hoje tudo se sabe, tudo se vê, tudo se divulga e assim a população lentamente vai observando as contradições e as incoerências de alguns políticos, que não têm qualquer senso de ética e lealdade e que para atingir seus propósitos não interessa a legitimidade dos meios, estando dispostos inclusive a mentir e a dissimular.

A tecnologia de hoje nos ajuda bastante a ver, a ouvir e a enxergar. Contudo, somente iremos mudar o cenário atual se a juventude, os empreendedores locais, os comerciantes e a sociedade civil organizada adotarem uma nova postura, participando do processo eleitoral, ajudando a eleger candidatos íntegros, coerentes, que tenham responsabilidade social e, sobretudo, que de fato se preocupem com o bem comum.

 

 

 

Leave a Reply