A economia e as eleições

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dsc_0375Por: João de Tidinha  

O que derruba governo é economia ruim. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) governou o País também por oito anos. Ao término do seu primeiro mandato, a inflação estava controlada e o real consolidado como moeda estável. O País experimentava uma nova fase de estabilidade econômica. As urnas então aprovaram as conquistas obtidas e lhe deram mais quatro anos. No seu segundo mandato a economia já não respondeu positivamente, registrando-se nesse período a crise do racionamento de energia elétrica e o desaquecimento da economia mundial, que veio refletir internamente em um crescimento negativo no País. Resultado, o candidato do seu partido indicado para sucedê-lo, José Serra, perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, este por visão, ou por inteligência não alterou os pressupostos econômicos, mantendo inclusive a base técnica do Banco Central, não cedendo as pressões dos companheiros para mexer na economia. 

O seu primeiro mandato foi cercado de sobressaltos (escândalo do mensalão, dinheiro na cueca e tantos outros). Algumas estrelas do PT foram tiradas de cena por estes fatos. Mas Lula sobreviveu e ainda por cima conseguiu derrotar o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin em segundo turno nas eleições de 2006, renovando também o seu nome para um segundo mandato. A fórmula aplicada por Lula para chegar ao final do segundo mandato com a popularidade em alta, atingindo níveis nunca antes observados neste país (79%) e eleger o seu sucessor, a candidata Dilma Roussef, assim como governadores, senadores e deputados, todos do time de Lula e Dilma, não foi senão os indicadores da economia em crescimento, inflação baixa combinada com um sistema gigantesco de transferência de renda para uma camada da população através do bolsa família. 

O bolsa família veio beneficiar, um grande contingente da população brasileira que viviam abaixo da linha da pobreza (renda familiar abaixo de meio salário mínimo) contribuindo para uma melhor distribuição de renda e diminuindo as desigualdades sociais do País . Um verdadeiro exército recebendo este beneficio, porém, sem nenhuma contrapartida, passando o dia jogando dominó, enchendo as mesas dos bares das pequenas cidades do País afora sem nada querer fazer ou sem ter nada para fazer mesmo. 

Aliás, o bolsa família precisa de uma saída sob pena de se tornar um buraco sem fundo. Estes beneficiários (física e mentalmente aptos) necessitam ser treinados e motivados para uma atividade produtiva de forma que o programa tenha condições de beneficiar aqueles que realmente mais precisam, pois como já dizia o saudoso gonzagão, “se dá uma esmola a um homem são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. A Classe média com a economia crescendo, novos empregos surgindo, crédito farto, acesso a bens de consumo duráveis financiados a perder de vista, não tinha nenhuma motivação para mudar nada, nem tão pouco a classe empresarial produzindo e vendendo como nunca até em função dessa grande oferta de crédito. 

Novas eleições se aproximam. Embora não seja majoritária, as eleições de 2012 definirão quem serão os novos prefeitos e vereadores em todo o País e servirá de base para as eleições de 2014. O time de Lula e Dilma, novamente entrará em campo tentando fazer o maior numero de prefeitos e vereadores. O resultado das urnas será creditado ou debitado parcialmente na conta de Dilma. Sua imagem poderá sair fortalecida ou enfraquecida.

A quantidade de prefeitos eleitos por um partido tem influência direta ao que acontece com sua bancada de deputados federais dois anos depois.

O governo federal influencia a eleição de prefeitos com transferências preferenciais de verbas, priorizando obras, alimentando ONGs – como fazem também os governos estaduais. Mas Brasília tem um poder a mais, o de influir no clima geral da opinião pública, pelo que faz com a economia. Otimismo ou pessimismo nascem no bolso e dali se multiplica até chegar ao dedo que tecla “confirma” na urna eletrônica.

 

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