Por: João de Tidinha
Em um ano de governo da presidente Dilma Roussef já caíram sete ministros. Seis deles por estarem envolvidos em denúncias de corrupção, ou mal feitos das suas respectivas pastas. A corrupção ganhou corpo, claro que ela sempre esteve presente num grau maior ou menor a depender da atuação e controle dos órgãos fiscalizadores, os chamados Tribunais de Contas.
Todos que caíram, saíram propagando, que a culpa é da imprensa. Ainda bem que temos a imprensa exercendo o papel de fiscal do povo e do país. Não é a toa que todos nos regimes ditatoriais, a primeira coisa que fazem é detonar e amordaçar os meios de comunicação. No regime militar não foi diferente.
A ética e os bons princípios foram deixados de lado. A justiça é lenta, e agindo assim contribui para a impunidade praticada pela malversação dos recursos públicos. A sociedade também passa a ver os atos de corrupção como uma coisa banal, rotineira, normal, não causando qualquer indignação nos atos de corrupção ou mal feitos, como queiram chamar. Muitos até por achar que os bens e os recursos públicos não são nossos, mas do governo. Os termos, como “isto não é roubo”, ou “rouba, mas faz”, ou “mas, e daí, se todos roubam”, ou a mais moderna e cínica “rouba, mas é um dos nossos”, ou ainda “rouba, mas não é para si, é para a campanha”, já são aceitas e até elogiadas.
A maioria destes ministros demitidos já estavam no cargo por mais de oito anos, com todos os vícios e hábitos nocivos ao serviço público. Já estavam comprometidos, certos de que estavam imunes e a eles, tudo seria permitido em nome da tal governabilidade. É como diz o velho ditado sertanejo “O uso do cachimbo por muito tempo faz a boca torta”.
Por estes fatos é que o mecanismo da reeleição não é bom para o País. A gestão tem que ser renovada, pois o novo motiva, elimina os velhos hábitos e vícios, dá oportunidade a outros, oxigena o processo. Pode até não dar certo, mas muda, principalmente na gestão publica.
A comissão especial da reforma política no Senado já aprovou o fim da reeleição e um mandato de cinco anos para presidente da República, governadores e prefeitos. Entretanto arquivaram tudo e esta proposta de reforma política foi pro espaço. Não interessa aos eternos donos do poder.
Uma das principais vozes pelo fim da reeleição, o falecido senador Itamar Franco afirmou que existe uma linha invisível entre o governante e o candidato que nem o Tribunal Superior Eleitoral consegue distinguir. “Uma hora ele é governador, outra hora é candidato. Quando tira o paletó, ele é candidato, mas a caneta vai com ele”, argumentou.
Para o bem do país e da administração pública, a reeleição deve ser banida. Considero quatro anos pouco, mas cinco o tempo suficiente para se planejar e implementar uma boa administração. As experiências já demonstram isto. Mas enquanto os parlamentares não fazem a reforma política, às vezes o próprio eleitor na urna toma a iniciativa de não permitir a reeleição, que na maioria das vezes é uma sábia decisão.
“Políticos é como fraldas, tem que serem trocadas constantemente e pelos mesmos motivos”.
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