O amadurecimento da democracia no Brasil tem produzido mecanismos de controle e fiscalização dos poderes públicos – além de evidente evolução da cidadania – capazes de redimensionar as relações de poder, em busca de uma sociedade mais justa. Também por isto, prefeitos, governadores, ministros e presidente da República são exigidos cada vez mais no trato das questões públicas.
Revisar um modelo de administração historicamente influenciado pelo regime de exceção é tarefa complexa e aprendizado necessário para estabelecer o compartilhamento de responsabilidades. Mas aos poucos se desconstrói a idéia de autoridade exclusiva, aquela que determinava sem qualquer discussão os rumos das cidades, dos estados e da nação, a mesma que tinha como bordão a pergunta ”sabe com que quem está falando?”
A atuação de instituições como os Ministérios Públicos, Procons, a ação das varas especializadas da Justiça, conselhos municipais e a criação de estatutos a normatizar aos direitos civis são produtos de uma nova sociedade. Aquela que reivindica participação, que almeja gestores do legislativo, executivo e judiciário conscientes de que suas responsabilidades se ampliaram. Que cobra da imprensa o direito de ser bem informada.
Exemplos de temas presentes como a construção da avenida atlântica, a mobilidade urbana, a segurança mostram o quanto o debate público pode produzir bons resultados, frutos da pluralidade divergente, da liberdade responsável de falar e ouvir, da proposição.
Diante de tais evidencias, agora é preciso encontrar o equilíbrio para realizar, no tempo certo, com a urgência necessária, o que os cidadãos desejam e o cotidiano impõe, sempre dentro de uma perspectiva em prevalecem à ética, a probidade, o respeito, o interesse maior da comunidade. Certamente não se fará isto sem diálogo, com poucas informações ou interlocução silenciosa.
Editorial de ATARDE
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