“É muito bom fazer chover”, comentou entusiasmado o agricultor familiar César Augusto, 55, da comunidade Barão, distrito de Juazeiro, ao ver as suas plantações de milho, feijão, cebolinha, alface e coentro serem irrigadas com o sistema de micro aspersão, elaborado com garrafas PET. “Quando vi, pela primeira vez, a água jorrando em minha propriedade, juro que me emocionei”. Além da agricultura, ele dedica-se à criação comercial de caprinos, ovinos, suínos e galinhas caipiras.
Mas nem sempre foi assim. Fotos nas paredes da sua casa revelam épocas de muito sofrimento e pouca água. “Eu tinha certeza que essas terras poderiam ajudar a mim e a minha família, mesmo sendo no meio da caatinga. O que faltava era aproveitar de forma correta tudo o que ela me oferecia, inclusive a pouca água disponível. Foi ai que procurei a EBDA [Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola], e, de lá prá cá, minha vida só tem melhorado”, explica o agricultor.
A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) prestada na comunidade Barão pela EBDA busca atender, prioritariamente, aos agricultores familiares. Ali, os técnicos da empresa realizaram pesquisas de campo e confirmaram o que agricultor já sabia – a comunidade tem potencialidade para a produção agrícola e a existência de um lençol freático no subsolo do distrito possibilitaria a abertura de um poço para o abastecimento de água de aproximadamente 15 famílias.
Hortas comunitárias – O poço foi aberto e, desde então, a EBDA orienta os agricultores familiares desta comunidade para o uso de tecnologias alternativas de convivência com a seca, como o sistema de aspersão com garrafa PET, e para o conhecimento do volume de água que se deve utilizar nas culturas e irrigações simples.
Além disso, a importância da implantação de uma unidade de palma adensada para alimentação animal, o preparo do solo, a construção de hortas comunitárias, a utilização de forragens, a adubação de fundações e pós colheita.
De acordo com o gerente regional da EBDA em Juazeiro, Osvaldo Lopes, apesar da existência do poço na comunidade, a empresa tem intensificado os trabalhos voltados para armazenamento da água da chuva em cisternas, visando os períodos críticos de estiagem como o atualmente vivenciado.
“Esta comunidade é privilegiada por ter água em plena caatinga. Mesmo assim, é fundamental realizar o manejo adequado dessa água, pois o seu uso de forma racional ajuda no controle da incidência de doenças nas lavouras, a exemplo do mofo branco que destrói a planta do feijão. Não podemos esquecer que caminhamos para a escassez da água na medida em que a agricultura, a indústria e a população crescem gradativamente”, enfatiza o gerente.
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