Por: Hélio Doyle
O presidente da Câmara, Marco Maia, voltou de uma inútil e dispendiosa viagem à China decidido a aumentar de R$ 60 mil para R$ 75 mil mensais a chamada verba de gabinete, destinada à contratação, pelos deputados, de até 25 assessores pessoais. Um dos argumentos de Maia é correto: os assessores dos gabinetes estão sem reajuste salarial há quatro anos e sem o aumento da verba não é possível aumentar suas remunerações. Ninguém merece ficar com o mesmo salário durante quatro anos.
A questão de fundo, porém, não é essa. É que os deputados não precisam de 25 assessores, número absurdo sob qualquer análise. Muitos desses funcionários trabalham como cabos eleitorais dos deputados em seus estados, e alguns sequer trabalham. A revista meiaum, de Brasília, mostrou que até garotas de programa são contratadas com a verba de gabinete e só aparecem na Câmara para bater o ponto que lhes assegura horas-extras. O expediente delas, na verdade, é em kits e motéis.
Seis ou sete funcionários para cada gabinete já está bom demais. E todos trabalhando – literalmente, claro — em Brasília, pois os contribuintes nada têm a ver com as pessoas que os deputados contratam em seus estados para fazer política para eles.
Ilustração: Folha
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