Um presente para a história da família Campos da Carnaíba

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Por: João de Tidinha

Recentemente o historiador Dionísio Nóbrega lançou em Salvador e em Euclides da Cunha uma coletânea de quatro livros que descrevem as origens de várias famílias euclidenses. Para um desses livros, o denominado “O Padre João Velho de Tucano e a Carnaíba dos Pires”, tive o privilegio de escrever o Prefácio, o qual reproduzo a seguir:

Foi uma honra e um grande privilégio ter a oportunidade de escrever o prefácio dessa obra de autoria do meu conterrâneo – o historiador e genealogista José Dionísio Nóbrega – a qual se caracteriza como uma espécie de resgate de uma das famílias que deram origem ao povoado da Carnaíba, no município baiano de Euclides da Cunha (antigo Cumbe), a minha terra natal.

Ao escrever esse texto quero também fazer uma reverência ao autor, enaltecendo seu esforço, dedicação, empenho e determinação em obter e transmitir informações sobre a nossa história, buscando-as onde pudessem ser encontradas: nas lembranças dos antigos moradores, nos cartórios, em arquivos eclesiásticos, nos livros de batizados, nas anotações manuscritas de muitas pessoas  que viveram e construíram esta história, entre outras fontes…

Através das informações contidas nesse livro tive a oportunidade de conhecer a minha própria origem relacionada à família Campos, assim como a história do fundador da Carnaíba, José Pires da Fonseca, conhecido como “Major” Pires, e de seus descendentes.

Na descrição de Dionísio, o “Major” Pires tinha a fibra dos grandes homens: “Sua vida foi dedicada a terra e a criação bovina, preferia o trabalho duro do campo à comodidade dos empregos públicos, a sela do animal ao conforto físico das poltronas. Era um misto de vaqueiro, criador e homem de negócios”. Essa é a sua história, a qual tem muitos pontos e características em comum com muitas outras pessoas fortes, homens e mulheres, que, dotados do espírito verdadeiramente sertanejo, também povoaram e ainda povoam a minha terra natal.

O livro é um passeio ao passado, no qual conhecemos também as origens, sergipanas e baianas do próprio Major Pires, bem como a sua descoberta da Carnaíba, um lugar especial onde ele encontrou um olho d´água borbulhante e surpreendente, já que nas terras secas as águas sempre foram escassas.

E foi lá na Carnaíba que meus ascendentes, por parte da família Campos, tiveram suas origens, a partir do Major Avelino de Campos Aroeira, marido de Maria Cardosa, filha do “Major” Pires.

Dizem que todos aqueles que pesquisam sobre seus antepassados, invariavelmente sempre encontrarão parentes de tudo que é tipo: ricos, pobres, nobres, plebeus, e, certamente, sempre descobrirão um padre. A pesquisa genealógica do Dionísio acaba provando isso, revelando, inclusive, que o Major Avelino, o patriarca da família Campos, era filho do Padre João Velho Pereira de Oliveira, ou simplesmente, Padre João Velho.

Conta-nos Dionísio que o Padre João Velho foi o primeiro padre da Vila Imperial de Tucano e que era uma pessoa especial e de um senso de justiça muito forte. Nascido para ser pai e padre, a gratidão era um dos seus atributos.  O Padre João Velho, reconheceu quatro 4 filhos, além do  Major Avelino, que  foi o único a se fixar na Freguesia de Massacará, precisamente na Carnaíba dos Pires, onde  teve uma “penca” de 17 filhos, entre eles o meu bisavô, João Campos Aroeira (pai da minha querida avó Priquitinha) e da minha bisavó Adelina (mãe de meu avô Ismael Augusto da Silva).

Revela-nos ainda Dionísio que o pai do “Major” Pires, o capitão-mor Francisco Pires da Fonseca é o tataravô de Julita de Cordolino, Eunice de Abílio Dantas Pereira e Maria Enock Canário, de Joaquim Alves, Maria do Brejinho e Apromiano, de Idalina de Belarmino Medeiros e Ismael Augusto da Silva, de Genésio, Rosendo e Carolina de Jerônimo Cerqueira, de João de Bittencourt Gama (João Madeira), Abílio de Benzinha, Joana Abdias Bittencourt, todos estes grandes personagens que, ao longo dos anos, foram compondo grandiosas árvores genealógicas que se ramificam e crescem a cada era.

E assim, além de definir a árvore genealógica de muitos euclidenses, no seu livro Dionísio nos conta histórias pitorescas da saga dos grandes personagens que povoaram a Carnaíba dos Pires e do Padre João Velho. São histórias ricas e emocionantes, relatadas com precisão pelo autor, envolvendo disputas políticas ente famílias, crimes em nome da honra e muita solidariedade numa época de dificuldades e adversidades, além de muitos casamentos e filhos, casos notáveis de amor, relacionamentos que se interligam e se expandem numa espécie de teia sem fim.

Por me identificar com um fio dessa grande rede, não poderia deixar de me sentir honrado em estar escrevendo esse prefácio, na certeza que o esforço incansável e a determinação do autor em obter e transmitir informações sobre a nosso história resultaram num valioso tesouro, que poderá se revelar para todos aqueles que decidirem fazer a sua leitura.

E que sejam muitos a desvendar os segredos deste valioso tesouro!”

 

 

 

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