Nota dos Bispos do regional Nordeste3 da CNBB sobre a saúde pública

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bisposne32012

Que a saúde se difunda sobre nosso povo baiano e sergipano

 “Que a saúde se difunda sobre a Terra”. Esse é o lema da Campanha da Fraternidade de 2012. Traduz o desejo e a proposta de Jesus: “Que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).     Que a saúde se difunda sobre os estados da Bahia e Sergipe, região que faz parte do Regional Nordeste 3 da CNBB. Essa é nossa esperança e uma urgente necessidade.

              Nós, bispos católicos dessa porção do território brasileiro, reunidos em Assembleia com representantes das Pastorais e Movimentos religiosos, estamos vivamente preocupados com a triste e dura realidade das condições de saúde de nosso povo.  Entendemos que saúde não é apenas a ausência de doenças, mas “um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual” (Texto-Base  CF 2012).

Embora o SUS seja uma proposta excelente de atendimento da saúde de todos os cidadãos brasileiros, o povo enfrenta sérios problemas para ser atendido em suas necessidades.

         Em nossa região 90% da população depende do SUS. O problema fundamental está no atendimento básico, no que a Pastoral da Saúde chama de acessibilidade. Hospitais lotados, filas imensas, exames marcados para não se sabe quanto tempo depois.  Corredores hospitalares congestionados com macas e cadeiras de rodas. Doentes portadores de doenças infecto-contagiosas misturados com crianças e gestantes. Doentes em estado grave e dores insuportáveis terem  que esperar dias a fio para conseguirem vaga nos hospitais públicos. 

         O mau uso e o desvio das verbas  destinadas à saúde pública comprometem o atendimento médico e hospitalar dignos que o povo merece.

         Na Bahia apenas 47% dos municípios tem médico de família, o que empurra os doentes para os médios e grandes centros, complicando o atendimento local já bastante comprometido.

         Nesse ano em que a Igreja propõe a reflexão e o debate de tema tão essencial como a saúde do povo, somos convocados a estar vigilantes diante dessa triste e dolorosa realidade. Todos somos co-responsáveis. Nossos gestores são os primeiros responsáveis que devem assumir esse desafio de garantir que os recursos destinados à saúde sejam aplicados corretamente. A sociedade deve se organizar para exigir deles o cumprimento desse dever, principalmente em relação aos pobres.

               Além do atendimento médico às populações, precisamos de estruturas básicas que garantam a saúde preventiva como educação para a saúde, a melhoria da rede pública de cuidado à saúde, água com qualidade, trabalho decente, moradia digna, saneamento com coleta de lixo e tratamento do esgoto, enfim, a criação e manutenção de um ambiente favorável à saúde.

             Para o povo é na saúde que se medem a qualidade de vida e a felicidade. Isto se constitui em desafio e compromisso para toda a sociedade.

              A Campanha da Fraternidade passa, mas a Vida permanece. Essa luta em prol da saúde de nosso povo também deve permanecer. O que almejamos e nesse sentido direcionamos nosso trabalho de pastores do povo de Deus é a promoção da vida e da saúde, para que aconteça a “vida abundante” prometida.

                 QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A BAHIA, SERGIPE, ENFIM SOBRE TODO O BRASIL.

 

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