Quarenta e três escolas da zona rural de 13 municípios de cinco regiões da Bahia foram escolhidas para receber o Projeto Cisternas nas Escolas. Os beneficiados são Araci, Chorrochó, Quijingue (todos no Nordeste do Estado); Boa Nova, Lajedo do Tabocal e Ribeirão do Largo (no Sudoeste); Boquira, Ibitiara e Oliveira dos Brejinhos (na Chapada da Diamantina); Central (na região de Irecê); e Pindaí (Serra Geral). O planejamento deste Projeto foi discutido em um seminário realizado na semana passada, em Salvador. O evento contou com a participação de professores, representantes de comissões municipais de recursos hídricos, dos governos (municipais, estadual e federal), do Unicef e de entidades da sociedade civil como o Movimento de Organização Comunitária (MOC) e o Centro de Assessoria do Assuruá (CAA), que fazem parte da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil).
Na ocasião, foi aprovada a criação de uma Carta Compromisso para reforçar o comprometimento de todos os setores envolvidos na execução do Projeto. O documento contará ainda com a inclusão de sugestões propostas pelos participantes. A expectativa é que, com o Cisternas nas Escolas, cerca de 4 mil pessoas sejam beneficiadas com a construção de reservatórios para o consumo humano e cisternas-calçadão, cuja água armazenada é utilizada na produção de alimentos. Nas escolas contempladas, serão implantadas também hortas comunitárias. Além disso, 811 cisternas de consumo humano serão construídas para atender as famílias que moram próximo a essas escolas. As 13 Unidades Gestoras Microrregionais (UGMs) que compõem a ASA na Bahia serão as responsáveis pela construção dessas tecnologias. O recurso já foi repassado pelo CAA, organização que vai coordenar a execução do Projeto.
A iniciativa do Projeto Cisternas nas Escolas foi inspirada no “Pacto Nacional Um Mundo Para a Criança e o Adolescente do Semiárido”, proposto pelo Unicef. A ação visa garantir a segurança alimentar e nutricional de crianças em idade escolar e, consequentemente, um melhor aproveitamento pedagógico. Mário Augusto Neto, coordenador do CAA, considera que este é um marco para as políticas públicas na região. “Essa atividade é um marco porque, ao longo dos nossos 19 anos de atuação, pela primeira vez conseguimos reunir o Unicef, três níveis de governo e a sociedade civil para construir uma ação nas escolas do Semiárido”, concluiu.
A Bahia possui 264 municípios na região do Semiárido, o maior número entre os estados brasileiros. Estima-se que, nos períodos de estiagem, cerca de dois terços dos 565.777 mil domicílios rurais da região, que ainda não possuem cisternas, necessitem buscar outras fontes de águas para o consumo doméstico. Esta é uma atividade que geralmente é exercida por mulheres e crianças. O Projeto Cisternas nas Escolas pretende melhorar a vida de várias dessas famílias, que a partir da implantação das tecnologias, terão acesso à água de qualidade.
Raiane Veríssimo
Coluna Janio Lopo
Leave a Reply