Por: Tasso Franco
Os políticos estão entusiasmados com a multimídia proporcionada pela internet em suas diferentes formas – blogs, páginas digitais, twitter, sites, etc – e acham que, nas próximas eleições, essa nova forma de interrelacionamento com a população vai contar muito. E vai mesmo. Assim como aconteceu com a TV a partir dos anos 1960, mais precisamente com o marketing pós Lei Falcão, em 1986, e com o rádio, sobretudo no interior, anos 1970 em diante, a linguagem da web fará a diferença em alguns segmentos e para determinados candidatos.
Há uma escala de prioridades que vai do macro, os candidatos à Presidência da República, seguindo-se candidatos a governadores e senadores, e por último deputados federais e estaduais. Por ser mais abrangente, a candidatura a Presidente tende a sofrer uma maior influência da rede. E é também mais complexa porque o Brasil tem comportamentos culturais diferenciados de região para região. O que vale para o Rio Grande do Sul nem sempre comove ou sensibiliza a baianada. E vice-versa.
Mas o certo é que ninguém deve ficar fora dessa onda porque ela veio pra valer. Não tem retorno. Nos dias atuais, é muito mais fácil, ágil e com direito a resposta do eleitor um contato via rede do que no modelo antigo, do panfleto, da pichação de muro e outras formas de comunicação, embora, uma coisa não impeça a outra. São complementares. Ademais, não dá pra fazer comunicação web em sítios onde não existem computadores e a rede. E, na Bahia, são centenas, milhares de localidades, vilas, povoados, ainda carentes desses componentes tecnológicos.
Vê-se, no entanto, a julgar pela Assembleia Legislativa do Estado, que, dos 63 deputados da Casa, e também dos 39 da Câmara Federal, componentes da bancada da Bahia, que, hoje, algo em torno de 50% desse contingente já mantém boletins eletrônicos ou páginas digitais. Esse número só tem aumentado. Veja que, no início dessa legislatura, ano de 2007, na Assembleia Legislativa, salvo melhor juízo, não havia nenhum deputado atuando com a rede web.
Está corretíssimo quem assim age porque a web é uma cultura. Assim como o rádio e a TV o são. Um hábito transformador. Então, se a pessoa fica de fora desse conceito não se insere nesse ambiente cultural, perde tempo e oportunidades. Quando tentar se recuperar, e nada é impossível nesse sentido, já deixou de amealhar muitos seguidores. Além do que, essa cultura é muito nova no Brasil e na Bahia, especialmente, onde tudo chega sempre com atraso, e está em permanente mutação. Só agora que os Iphones estão disseminados na Alba, ainda assim, numa parcela que não chega a 50% dos deputados.
O jornalismo web é também muito recente na Bahia. Data de 2006, já depois da eleição de Wagner. Naquela campanha teve influência zero no processo eleitoral. Mas expandiu de forma vertiginosa nos últimos 4 anos. Estima-se que existem mais de 500 sites e blogs no Estado, só de jornalismo, alguns dos quais, sobretudo no interior, agregados a radialistas e a programas de rádio. É uma força considerável. O eixo da comunicação sofreu uma transformação profunda. Então, nestas eleições de 2010, os candidatos devem ficar atentos a esse fenômeno e participarem dele como protagonistas, mesmo aqueles que atuam nos chamados “currais eleitorais”. Até esse “currais” mudaram de perfis. A força da multimida rádio-web nesses sítios é impressionante. O passarinho azul é uma realidade.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia
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