O contribuinte brasileiro desembolsará R$ 3,2 mil a cada um dos 513 deputados federais por dia de votação de projetos em 2013. O valor é 34 vezes mais do que o piso nacional dos professores. O impacto do custo do parlamentar no orçamento da União, no entanto, é ainda maior, já que o cálculo feito pelo Correio exclui, da remuneração paga aos parlamentares, as verbas de gabinete e indenizatória, auxílio-moradia, passagens aéreas e outros penduricalhos. Os deputados federais vão ter que bater ponto na Câmara para votar em plenário apenas em um terço dos 365 dias de 2013. É que só entram na conta como possíveis dias de votação as terças, as quartas e as quintas-feiras. As “gazetas” na Casa — ausências nas segundas e nas sextas-feiras — foram oficializadas esta semana. Os parlamentares aprovaram, na surdina, projeto de resolução que, depois de publicação no Diário Oficial da Câmara dos Deputados, excluirá esses dias como opções de reuniões com análises de propostas (veja quadro), prevendo apenas debates entre os deputados em suas sessões.
Excluídos feriados, entre eles duas semanas tradicionalmente “enforcadas” pela Câmara (carnaval e São João), sobram 123 dias para votação, número que pode ser encurtado, dependendo de acordos políticos na Casa. Este ano, por exemplo, o Congresso viveu semanas de “recesso branco” por conta das eleições municipais. A seu favor, parlamentares alegam que os dias a menos em Brasília significam mais tempo em suas bases eleitorais, onde poderiam aproveitar para captar os pedidos e necessidades dos moradores das áreas que representam.
Com base em um subsídio mensal de R$ 26.723,13, que se estendem em 13º, 14º e 15º salários, os 123 possíveis dias de votação vão resultar em R$ 3.271,09 pagos ao parlamentar por um único dia de plenário. O valor da “diária” do deputado federal é simplesmente duas vezes e meia maior do que o trabalhador brasileiro recebeu por mês em 2011. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais atualizada, o rendimento mensal das pessoas em idade ativa é de R$ 1.279.
Fonte: Correio Brasiliense
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