A semana em que a política parou

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Nenhuma novidade. Os sinais já eram além de evidentes: apontavam para uma suposta (até aqui) verdade. Lula da Silva, nas pesquisas divulgadas neste final de semana, a partir da sexta feira, demonstrou que comanda os votos brasileiros. Varre o País colocando os seus candidatos nas lideranças dos processos eleitorais nos Estado. Se houver exceção será mínima, talvez esteja em Minas Gerais aonde Aécio demonstra que tem força. O peemedebista apoiado pelo PT, Hélio Costa, falou em ganha fácil antes da hora e foi ultrapassado, pelo menos na pesquisa de um instituto, por Antônio Anastasia .

Nas demais consultas, o falastrão vive a angústia do empate técnico. Lula veio pelas bordas. Primeiro, carregou Dilma País afora fazendo por ela a campanha que ela não sabe realizar. Além de transferi-la a simpatia que não tem. Disparou sobre Serra, indo além de 20% dos votos (as pesquisas são variadas) e, aqui no Estado, segundo o Vox Populi-A Tarde, comete o massacre de ir além dos 50%. A sucessão presidencial perdeu a graça. A candidata criada por Lula está em marcha batida para o Palácio do Planalto, enquanto Serra demonstra já não ter mais força. Vê os seus aliados cruzarem os braços para assistirem à banda passar.

Lula mudou então de fase. Mirou para os governos estaduais. Nova avalanche. Se não houver erro, Wagner dobra, com muita folga, em primeiro turno para 2014, deixando a cada rodada de consulta Paulo Souto mais distante. Enquanto isso, Geddel Vieira Lima se transformou um Ulysses da história de Homero. Amarrou-se no mastro da sua nau e dali não sai. Nem muda de pontuação. O presidente se voltou nas duas últimas semanas para o Senado. A dupla baiana Lídice-Pinheiro encostou em César Borges. Já se prepara para, se assim continuar, aparecer na frente na próxima pesquisa. É um fenômeno generalizado o que Lula patrocina e exibe, tendo o País como palco. Está a se transformar no maior cabo eleitoral da história brasileira. Não tenham dúvida de que tal fenômeno alcançará os legislativos – estaduais e o Congresso Nacional. O presidente não se cansa de espezinhar o Senado Federal, para onde se volta, ao que parece, com sanha de vingança, por lhe ter dado trabalho no seu governo. Declaração esquisita que embute uma vocação suspeita e quase ditatorial: quer os poderes da República emasculados diante do Executivo, tal como acontece na Venezuela do seu amigo Chávez? Aqui, os deputados oposicionistas, notadamente os ex-carlista, antigos integrantes do grupo sepultado, relatam que encontram dificuldades para garimpar votos. Nenhum cabo-eleitoral está interessado em ficar distante da grande onda lulista, uma comprovação da tese de que a política perdeu todas as tinturas ideológicas com as quais, em outros tempos, ainda se fantasiava. Política hoje nada mais é do que um negócio e, nesse aspecto, o governo que fala tanto em estatizar, em relação ao poder, privatiza. A campanha não parou, mas sinaliza que chegou ao fim, pelo menos em torno de resultado. Agora, só faltam os arremates finais. Há tempo para isso. Um pouco mais de um mês, o suficiente para anotar o massacre das urnas na história da República.

(Samuel Celestino)- Bahia noticias

 

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